A importância da hidratação para a saúde das pessoas idosas
Especialista comenta dos riscos, sintomas e estratégias de hidratação eficazes para pessoas com 60 anos ou mais
- Data: 29/10/2024 09:10
- Alterado: 29/10/2024 09:10
- Autor: Redação
- Fonte: UDF
Idoso
Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil
A desidratação é um problema sério para os idosos e ocorre quando há um déficit de líquidos no organismo, seja por ingestão inadequada ou perda excessiva devido a fatores como sangramentos, vômitos ou diarreia. Com o envelhecimento, o corpo passa por diversas alterações que impactam diretamente a capacidade de manter uma hidratação adequada.
De acordo com a nutricionista e docente do UDF, Melissa Sardenberg Rotatori, a desidratação pode aumentar significativamente o risco de quedas, infecções urinárias, doenças respiratórias, cálculos renais, constipação e, em casos mais graves, levar a alterações cognitivas, como irritabilidade, agitação, apatia e confusão mental.
“Indivíduos com mais de 60 anos apresentam uma diminuição na quantidade e sensibilidade dos receptores de sede. Como resultado, podem sentir menos necessidade de beber água, embora o corpo continue necessitando de líquidos para funcionar adequadamente. Essa redução da percepção de sede torna os idosos mais vulneráveis à desidratação, exigindo atenção redobrada para garantir uma ingestão adequada de líquidos”, explica a especialista.
Rotatori ainda destaca que é necessário ficar atento aos sinais de desidratação, que podem ser mais sutis em idosos. “Enquanto em adultos mais jovens sintomas como boca seca, diminuição da elasticidade da pele e urina concentrada são comuns, nos idosos, uma leve desidratação pode se manifestar com sede intensa, dores de cabeça, sensação de calor corporal semelhante à febre e boca seca e pegajosa”, ressalta.
Nos casos mais graves, os sintomas incluem confusão mental, fadiga extrema, olhos fundos e sem brilho, lábios rachados, pele excessivamente seca (especialmente na testa), redução da quantidade de urina (que se torna escura e com odor forte), além de lentidão nos movimentos.
Para evitar esses quadros, a nutricionista recomenda que é essencial estimular a ingestão de líquidos regularmente, mesmo quando não há sede aparente. Algumas estratégias eficazes incluem o incentivo ao consumo frequente de líquidos, o uso de aplicativos ou alarmes para lembrar de beber água, além de oferecer uma variedade de opções como água, água com gás, chás, sucos naturais (preferencialmente sem açúcar) e smoothies.
Além das bebidas, alguns alimentos ricos em água também contribuem para a hidratação, como frutas (melancia, laranja, morango, melão) e vegetais (pepino, tomate, alface, espinafre). Sopas e caldos caseiros também são recomendados, desde que se evitem as versões industrializadas, que possuem altos níveis de sódio.
“O consumo adequado de líquidos é fundamental para compensar as perdas diárias ocasionadas pela respiração, transpiração, urina e fezes”, afirma Rotatori. Segundo ela, a recomendação geral para idosos é de 2 litros por dia para mulheres e 2,5 litros para homens, sendo que 80% dessa quantidade deve vir de bebidas, o que equivale a aproximadamente 1,6 litros para mulheres e 2 litros para homens.
No entanto, as necessidades de líquidos podem variar conforme fatores como a energia gasta, perdas de água e a função renal. Em climas quentes ou durante maior atividade física, a ingestão deve ser ajustada. Em contrapartida, em casos de condições clínicas específicas, como insuficiência renal ou cardíaca, pode ser necessário restringir a ingestão de líquidos.