Seleção brasileira feminina de futebol enfrenta o Japão com sigilo reforçado
Local do treino foi mantido em segredo; técnico Arthur Elias apoia punição ao Canadá por espionagem
- Data: 27/07/2024 16:07
- Alterado: 27/07/2024 17:07
- Autor: Redação
- Fonte: André Fontenelle/Folhapress
Seleção Feminina treina no Stade Stehelin em Bordeaux
Crédito:Rafael Ribeiro/CBF
O escândalo de espionagem que levou a Fifa a punir a seleção canadense feminina de futebol reforça a necessidade de sigilo nos treinos durante os Jogos Olímpicos de Paris, na opinião do técnico do Brasil, Arthur Elias.
A seleção realizou um treino em local secreto, neste sábado (27), véspera do segundo jogo no torneio olímpico. O Brasil enfrenta o Japão às 17h locais (12h de Brasília), no Parque dos Príncipes, em Paris.
“Os locais de treino, obviamente, precisam ser privados, isso faz parte do futebol, não só por uma questão do adversário, mas também por informações que podem vazar”, explicou Elias à Folha. “O futebol hoje é muito estratégico, qualquer informação a mais que o outro adversário tenha, favorece.”
Por ter espionado o treino das adversárias da Nova Zelândia com um drone, a seleção canadense foi punida com a perda de seis pontos, ficando praticamente eliminada do torneio olímpico. A treinadora Bev Priestman, uma assistente e um analista da comissão técnica foram suspensos por um ano.
Ainda sem saber do anúncio da sanção, Arthur Elias defendeu punição severa. “Não é a primeira vez em relação à seleção canadense, nós sabemos disso, e temos que ter punição. Que haja investigação, porque é muito contra os valores do esporte, você trapacear, querer tirar uma vantagem que não pode. Não condiz com os valores olímpicos e do esporte.”
As jogadoras da seleção brasileira, sem se referir especificamente ao caso, concordaram com a importância do sigilo. “A gente precisa fazer nosso trabalho ali [no campo], trabalhar em silêncio. Eu sempre falo que a gente trabalha quietinho e vence. É muito importante a gente esconder as nossas estratégias”, disse a atacante Gabi Portilho.
Apesar do sigilo em relação ao local, as jogadoras do Brasil receberam a visita do ex-jogador Raí. Ele faz parte do conselho gestor do Paris FC, clube que é um dos mais fortes da liga feminina francesa. Raí encontrou-se com Marta, maior estrela da seleção, e explicou a algumas jogadoras seu trabalho no clube francês.
“Elas vão estar jogando na minha casa, no Parque dos Príncipes [Raí jogou no PSG, dono do estádio]. Amanhã vou estar lá presente, para passar boas vibrações”, disse Raí, usando o agasalho da delegação brasileira, com um tucano bordado nas costas.
Além de Raí, o jogo deve contar com a presença da primeira-dama Janja Lula da Silva, em Paris para representar o marido na abertura dos Jogos.
As brasileiras estrearam com vitória sobre a Nigéria por 1 a 0, enquanto o Japão foi derrotado pela Espanha por 2 a 1.