Teste do Ford Mustang GT Performance – Fora do normal

Em teste na estrada e na pista, o Ford Mustang GT Performance mostra tudo que um Mustang pode significar

  • Data: 11/06/2024 10:06
  • Alterado: 11/06/2024 11:06
  • Autor: Redação
  • Fonte: Luiz Humberto Monteiro Pereira AutoMotrix
Teste do Ford Mustang GT Performance – Fora do normal

O motor Coyote V8 5.0 entrega 488 cavalos a 7.250 rpm e torque de 57,5 kgfm a 5 mil rpm

Crédito:Divulgação

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Desde que foi lançado em 1964, o Mustang tornou-se um símbolo da esportividade automotiva. Deu origem a um gênero de veículos – os chamados “pony cars”, cupês de quatro lugares com capô longo e traseira bem curta. Em sua sétima geração, o cupê esportivo mais vendido do mundo há oito anos seguidos chega ao Brasil na versão GT Performance, a topo de linha – uma das sete comercializadas nos Estados Unidos. Equipado com o exuberante motor Coyote V8 5.0 aspirado de 488 cavalos, o Mustang mais potente de todos os tempos chega este mês nas 110 concessionárias da Rede Ford no Brasil, por R$ 529 mil.

            Desde sempre fabricado com exclusividade em Flat Rock, Michigan, Estados Unidos, o Mustang de sétima geração ostenta um visual atlético, que combina linhas estruturadas com elementos dos modelos clássicos dos anos 60. Com 4,81 metros de comprimento, 2,08 metros de largura (com os retrovisores), 1,40 metro de altura e entre-eixos de 2,72 metros, na parte frontal, a grade ampla com o indefectível cavalo galopando e novas aberturas de ventilação no capô combinam bem com os faróis full-led com luzes de assinatura de três elementos e perfil alongado, que conferem ao veículo um “olhar” quase ameaçador. A silhueta mantém as proporções clássicas – capô longo, traseira curta e teto baixo. A carroceria com vincos fortes e transições rápidas explicitam a aerodinâmica aprimorada em túnel de vento. A traseira traz um vinco pronunciado em forma de cunha, spoiler elevado e ponteiras duplas de escapamento cromadas. A lanterna de três barras é outro elemento clássico reeditado – agora com seta sequencial. 

            O motor Coyote V8 5.0 de quarta geração, com 488 cavalos a 7.250 rpm e torque de 57,5 kgfm a 5 mil rpm, é “representação mecânica” do “espírito” do Mustang. Naturalmente aspirado, ele utiliza caixas de ar duplas que alimentam dois corpos de borboleta eletrônicos, fornecendo mais ar para o coletor de admissão, e sistema duplo de injeção. A transmissão é automática de 10 velocidades e há seis modos de condução para diferentes situações, seja para rodar em uma estrada sinuosa ou em uma competição de fim de semana. Os ajustes incluem assistência da direção elétrica, ronco do escapamento, rigidez da suspensão, sensibilidade do acelerador, rotação e velocidade das trocas de marcha, controle de estabilidade e tração, som do motor no interior da cabine e aparência do painel de instrumentos. Basta selecionar um dos cinco modos de condução disponíveis: “Normal”, “Esportivo”, “Escorregadio”, “Pista” e “Pista Drag”. É possível ainda configurar até seis modos de condução personalizados, usando os três de direção elétrica, os quatro de escapamento e os quatro de suspensão – disponíveis pela primeira vez na linha. 

            O freio de estacionamento elétrico com função Drift Brake permite que motoristas com diferentes níveis de experiência desenvolvam a sua habilidade de “drifting”, manobra em que o motorista deixa o carro escorregar de lado nas curvas. O Drift Brake é acionado pelo Track Apps, que inclui as funções Line Lock (travamento das rodas dianteiras para “burn out”), cronômetros com tempo de volta e vários tipos de aceleração, exibidos na tela do Sync 4. O diferencial traseiro com deslizamento limitado é outro recurso de performance. As rodas são de 19 polegadas, com pneus Pirelli P-Zero 255/40 R19 na dianteira e 275/40 R19 na traseira. Segundo a Ford, a conectividade é outro diferencial do esportivo para oferecer uma série de experiências personalizadas e permitir que atualizações “over the air” ajudem a melhorar a sua segurança e performance ao longo do tempo. O novo Mustang é disponível em oito cores: Vermelho Zadar, Vermelho Arizona, Azul Estoril, Azul Algarve, Branco Ártico, Cinza Torres, Cinza Catalunha e Preto Astúrias.

Experiência a bordo

Proposta sedutora

            O espaço interno do sexagenário esportivo da Ford segue o clássico padrão 2+2 dos “pony car” – leva dois passageiros confortavelmente instalados na frente e duas crianças (ou dois adultos muito mal acomodados) na traseira. Os bancos, parcialmente em couro, são ventilados e aquecidos, com ajuste elétrico em seis posições para o motorista e quatro para o passageiro do lado. O acabamento é requintado. O volante esportivo de base reta, com revestimento em couro, aquecimento e as teclas “paddles shifts” para troca de marchas, oferece ótima empunhadura. O freio de mão tem acabamento em couro e parafusos decorativos, enquanto os retrovisores contam com rebatimento elétrico e as soleiras são personalizadas com o logotipo “Mustang”. 

            O cockpit do atual Mustang GT Performance tem inspiração nos aviões de caça e esbanja tecnologia. O painel de instrumentos de 12,4 polegadas permite selecionar cores e gráficos personalizados, com animações de alta definição, incluindo os medidores clássicos do Mustang. Ele pode ser configurado também para operar junto ao multimídia Sync 4 com “touchscreen” de 13,2 polegadas, formando uma peça única. Além de comandos de voz, o Sync 4 tem espelhamento sem fio com Android Auto e Apple CarPlay, GPS embarcado e comandos do ar-condicionado na tela. O sistema de som B&O, de 900 watts, vem com 12 alto-falantes, com subwoofer. Há ainda carregador por indução no console e entradas USB tipo A e C, uma delas instalada perto do retrovisor, para câmeras e outros dispositivos. Os itens de segurança incluem monitoramento de ponto cego, assistente de manobras evasivas, sensor de ré, piloto automático adaptativo com stop&go, frenagem autônoma de emergência e assistente de manutenção e centralização em faixa.

Primeiras impressões

No domínio da fúria

Mogi Guaçu/SP – A apresentação do Ford Mustang GT Performance foi feita em um trajeto de aproximadamente 200 quilômetros, entre a sede brasileira da Ford, no bairro paulistano de Vila Olímpia, e o Autódromo Velocitta, no município de Mogi Guaçu. As voltas rápidas no autódromo serviram para testar de forma mais radical o “pony car”, sem preocupações triviais – como outros veículos na pista ou limites de velocidade. O novo Mustang GT tem tração traseira e uma distribuição de peso equilibrada (55% na dianteira e 45% na traseira), características técnicas que se harmonizam provocantemente com o motor Coyote V8, um 5.0 aspirado com extravagantes 488 cavalos a 7.250 rpm e um abusivo torque de 57,5 kgfm a 5 mil rpm. Barras estabilizadoras contribuem para uma maior rigidez à torção, que melhora a dirigibilidade – algo fundamental quando há tanta força à disposição. A suspensão adaptativa MagneRide, independente das quatro rodas, utiliza fluido magnético viscoso e sensores que fazem mil leituras por segundo para aumentar a aderência nas acelerações e frenagens e reduzir a rolagem da carroceria nas curvas. O sistema de detecção automática de buracos, ao encontrar desníveis no piso, enrijece o amortecedor para evitar danos aos pneus e às rodas. 

            O somatório de todos os atributos é uma experiência de direção bastante singular e cativante – mesmo em relação aos cupês esportivos de potências similares. No “para e anda” do trânsito urbano, o Mustang é bastante cordial e amistoso – a característica mais notável é a capacidade de causar torcicolos e monopolizar os olhares de todos em volta. A frente avantajada recomenda cuidado adicional nas manobras. Quando o esportivo da Ford chega na estrada, é possível constatar que todas as ultrapassagens podem feitas de forma impressionante, quase lúdica. As retomadas de velocidade são tão bizarramente rápidas que fazem os outros carros em movimento parecerem estar parados. 

Já no autódromo, as qualidades dinâmicas do esportivo puderam ser levadas um pouco mais próximo do limite. Segundo a Ford, o zero a 100 km/h pode ser feito em 4,3 segundos e a velocidade máxima é de 250 km/h. Nos trechos sinuosos, em momento algum o Mustang deu qualquer sinal de que poderia “perder a linha”. É um carro tremendamente divertido e um parceiro sob medida para quem tem o pé direito “nervoso”. Como quem corre demais precisa saber parar rápido, os freios Brembo de alta performance têm discos de 390 milímetros e seis pistões na dianteira e discos de 355 milímetros e quatro pistões na traseira. Para ajudar a “domar a fera”, o “pony car” não economiza em assistências ao motorista: piloto automático adaptativo com stop&go, alerta de colisão com detecção de pedestres, frenagem autônoma de emergência à frente e de ré, assistente de manutenção e centralização em faixa, farol alto automático, alerta de tráfego cruzado, reconhecimento de placas de velocidade, câmera de ré, assistente de manobras evasivas, monitoramento de ponto cego e sensor de estacionamento traseiro. 

Ficha Técnica

Ford Mustang GT Performance 2024

Motor: V8, 5,0 litros, gasolina, aspirado

Potência: 488 cavalos a 7.250 rpm

Torque: 57,5 kgfm a 5 mil rpm

Tração: traseira

Câmbio: automático de 10 velocidades com trocas de marchas manuais no volante

Dimensões: 4,81 metros de comprimento, 2,08 metros de largura com os retrovisores abertos (1,96 com os espelhos rebatidos), 1,40 metro de altura e entre-eixos de 2,72 metros

Peso em ordem de marcha: 1.836 quilos

Capacidade de carga: 334 quilos

Carroceria: cupê esportivo de duas portas do tipo 2+2. Sete airbags (dois dianteiros, dois laterais dianteiros, dois de cortina e um de joelhos do motorista)

Suspensão: independente adaptativa MagnaRide

Freios: discos com ABS na dianteira e na traseira

Rodas e pneus: 19 polegadas em liga leve, com pneus Pirelli P-Zero 255/40 na dianteira e 275/40 na traseira

Preço: R$ 529 mil

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Crédito:Divulgação Ford Mustang GT
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  • Alterado:11/06/2024 11:06
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