Brasil levará ao menos 12 ministros para COP28 e terá estande de 400 m2
O presidente Lula (PT) deve estar em Dubai de 30 de novembro a 3 de dezembro.
- Data: 25/11/2023 10:11
- Alterado: 25/11/2023 10:11
- Autor: Jessica Maes
- Fonte: FOLHAPRESS
Crédito:Divulgação/Secom
Além de uma delegação extensa, composta por congressistas, membros da sociedade civil, empresários e pesquisadores, o primeiro escalão do governo federal deve ter uma presença massiva na COP28, a conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que tem início nesta quinta-feira (30), em Dubai, nos Emirados Árabes.
Ao menos 12 ministros devem participar: Marina Silva (Meio Ambiente), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Rui Costa (Casa Civil), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Jader Filho (Cidades), Celso Sabino (Turismo) e Cida Gonçalves (Mulheres).
O presidente Lula (PT) deve estar em Dubai de 30 de novembro a 3 de dezembro. Agendas oficiais estão previstas para os dias 1º e 2 de dezembro, quando participará da cúpula de líderes mundiais e de reuniões bilaterais na COP28.
Essa será a primeira viagem internacional de Lula após a cirurgia que fez no quadril no final de setembro. Antes dos Emirados Árabes, o petista passará pelo Qatar e, na sequência de sua participação na conferência climática, seguirá para a Alemanha.
De acordo com o Itamaraty, 2.400 pessoas se inscreveram para fazer parte da delegação brasileira, um recorde de interessados. Deste total, cerca de 400 são membros do governo. Esse ainda não é o número fechado de participantes, já que nem todos estão confirmados, e a lista oficial ainda não foi divulgada.
Para o Itamaraty, o tamanho da delegação brasileira demonstra que o tema é sensível para vários setores da sociedade.
“Eu acho que é um maravilhoso sinal que a nossa delegação seja muito grande, porque ela demonstra que há uma atenção enorme no Brasil, nas áreas mais diversas, e um desejo muito grande de assistir o debate mais avançado que há sobre esse tema”, afirmou o embaixador André Corrêa do Lago em evento para a imprensa na última semana.
Segundo a organização da COP, espera-se que a conferência reúna mais de 70 mil pessoas de todo o mundo, incluindo chefes de Estado, empresários, acadêmicos e ativistas. Seguindo a tendência de edições recentes, deve haver uma presença recorde de lobistas de petroleiras, o que tem sido alvo de críticas de ambientalistas.
O pavilhão brasileiro (como são chamados os estandes nacionais) será um dos maiores dentre os países presentes, com 400 m² distribuídos em dois andares. Está prevista uma programação de 120 eventos divididos em dois auditórios.
Serão abordados temas como financiamento climático, mercado de carbono, florestas, bioeconomia, gestão de resíduos, segurança alimentar e transição energética.
A maior parte das mesas de discussão, cerca de 80, será coordenada por órgãos oficiais ou ligados ao governo, como ministérios e a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos). A agenda também inclui aproximadamente 30 painéis organizados por ONGs e outros 20 por lideranças da indústria e do agronegócio.
A presença de companhias de segmentos de alto impacto ambiental, como Petrobras, Braskem, Syngenta e Vale, é alvo de crítica de ambientalistas.
Segundo o MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), os escolhidos para expor no Pavilhão Brasil foram selecionados entre 699 propostas de painéis e exibições culturais por um comitê temático que reúne representantes do governo federal, de governos subnacionais, do setor privado e da sociedade civil.
Neste ano, não haverá o Brazil Climate Action Hub, estande que organizações da sociedade civil criaram em 2019, quando o governo Jair Bolsonaro (PL) decidiu que não levaria um pavilhão brasileiro à COP.
Desde o início, o governo do ex-presidente também deixou de incluir ONGs ambientalistas, pesquisadores, organizações indígenas e movimentos sociais na delegação brasileira.
Em 2023, as ONGs aceitaram o convite do governo Lula para que suas agendas fizessem parte do pavilhão oficial. Já o consórcio dos governadores dos estados da Amazônia Legal terá, assim como em 2022, um estande próprio, chamado de Hub Amazônia, com 100 m².