4º Prêmio Não Aceito Corrupção premiará projetos, reportagens e pesquisas anticorrupção
Inscrições abertas até 26 de Novembro em 6 categorias. Estudantes, profissionais, jornalistas e empresas poderão participar
- Data: 19/10/2023 15:10
- Alterado: 19/10/2023 15:10
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
4º Prêmio Não Aceito Corrupção
Crédito:Divulgação
O INAC- Instituto Não Aceito Corrupção criou o prêmio objetivando incentivar e premiar ações, projetos, reportagens e pesquisas na luta anticorrupção. A ideia foi reunir estudantes, empresas, jornalistas, técnicos e profissionais que trabalham nessa temática com iniciativas de aplicações práticas e resolutivas no combate à corrupção.
Nesta edição, o prêmio ampliou o número de categorias. Serão seis no total: Academia; Tecnologia e Inovação; Governança Corporativa; Experiência Profissional; Jornalismo Investigativo e Comunicação Local.
Destas seis categorias, será escolhido o vencedor entre os vencedores para o Grande Prêmio 2023. E mais duas menções honrosas: no esporte e entre estudantes de universidades de países cuja língua primária é o português, internacionalizando o prêmio.
As inscrições podem ser feitas por meio do site do Prêmio: https://premionaoaceitocorrupcao.com.br
Estadão leva dois prêmios na categoria Jornalismo Investigativo
Na edição passada, o jornal o Estado de São Paulo ganhou o 1º e 2º lugares nesta categoria com as reportagens “A corrupção e má gestão no MEC durante o governo Jair Bolsonaro”, de autoria dos jornalistas André Shalders, Breno Pires, Julia Affonso, Felipe Frazão e Renata Cafardo e o Orçamento secreto, de autoria do jornalista Breno Pires.
Com esta série de reportagens, o Estadão revelou a influência da dupla de pastores Gilmar Santos e Arilton Moura no Ministério da Educação (MEC) durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. As apurações do jornal mostraram pela primeira vez os pedidos de propina em barras de ouro e por meio da impressão de Bíblias com a foto do ex-ministro, resultando na demissão dele. No FNDE, a série de reportagens provocou diminuição de mais de R$ 500 milhões em uma licitação para a compra de ônibus escolares, além de mostrar a evolução patrimonial descabida de diretores da Autarquia, fato atualmente investigado pelo Ministério Público Federal. As reportagens também trouxeram à luz a atuação de consultores suspeitos de tráfico de influência, além da falta de critérios técnicos para a liberação de verbas do órgão.
Na segunda colocação, a serie de reportagens sobre o orçamento secreto, de autoria do jornalista Breno Pires, trouxe uma das principais investigações jornalísticas sobre o poder no Brasil nos últimos anos. Revelou a existência de um duto de verbas públicas criado pelo presidente Jair Bolsonaro para a compra de apoio no Congresso, com bilhões distribuídos sem critérios técnicos, sem transparência e com risco de corrupção. As reportagens revelaram casos de sobrepreço na compra de tratores e outras máquinas pelo governo, daí o escândalo ficou conhecido também como “Tratoraço” (ou Bolsolão). Tudo baseado numa investigação autoral de três meses do repórter, tornando a imprensa protagonista no controle social em um momento de aparelhamento de órgãos públicos. Antes dela, as principais investigações sobre malversação de recursos públicos no país tinham partido de apurações de CPIs, da PF, do MPF e do TCU. Como consequência das reportagens, o governo cortou R$ 142 milhões que pagaria com sobrepreço. Mais importante: Supremo Tribunal Federal, por 8×2, barrou a prática.
Revelagov
Na categoria Tecnologia, venceu o projeto “Revelagov”, uma análise de perícia e rastreabilidade por inteligência artificial em todas as compras covid, com grande em enfoque no nível municipal, estadual e federal. Mais de 18 robôs e análise de diversas bases de dados. Projeto da Faculdade Cene e Univesp – São Paulo e Sertãozinho (SP).
Segundo Roberto Livianu, presidente do INAC e procurador de justiça criminal do Ministério Público de São Paulo, a premiação pretende estimular o desenvolvimento e reconhecimento de projetos acadêmicos, aplicativos, reportagens investigativas e locais além de estudos de casos empresariais, contribuindo, assim, para a sensibilização, mobilização e a divulgação dos conceitos da política anticorrupção no país sempre visando a aplicação prática dos trabalhos.
Sobre o INAC
O Instituto Não Aceito Corrupção (INAC) é uma associação civil, nacional e apartidária, sem fins econômicos, fundada em 2015. Com atuação em quatro frentes: pesquisa, políticas públicas, educação e mobilização da sociedade utiliza dados concretos para realizar discussão profunda, crítica e qualificada de leis e projetos de lei, de modo a contribuir para a edificação e aprimoramento de regras eficientes no enfrentamento do mau uso dos recursos públicos.