Fundo Agbara destaca iniciativas de impacto pelo Brasil em livro sobre filantropia negra decolonial
Intitulado "Histórias da Filantropia Negra que Transformam Comunidades", e-book será lançado no dia 29 de setembro em evento aberto ao público em São Paulo
- Data: 20/09/2023 16:09
- Alterado: 20/09/2023 16:09
- Autor: Redação
- Fonte: Assessoria
Fundadoras do Fundo Agbara - Aline Odara e Fabiana Aguiar
Crédito:Divulgação
O Fundo Agbara, primeiro Fundo Filantrópico de Mulheres Negras na América Latina, em parceria com a Rede Comuá, Rede de Filantropia e Justiça Social, irá realizar, no dia 29 de setembro, a partir das 14h, no coworking Civi-Co, em Pinheiros, o lançamento do e-book “Histórias da Filantropia Negra que Transformam Comunidades”, que contará cases de instituições que já receberam aporte do Fundo.
O lançamento faz parte de uma série de eventos e atividades promovidas em setembro, o “Mês da Filantropia que Transforma”, e que estão sendo idealizadas pela Rede Comuá.
Segundo Graciela Hopstein, diretora executiva da Rede Comuá, a programação ao longo do mês e o lançamento do e-book é um importante passo para projeção do que tem sido feito na filantropia no Brasil. “O trabalho do Fundo Agbara, que integra a Rede Comuá, demonstra como apoiar mulheres negras em seu protagonismo e mostra como a transformação comunitária contribui para a justiça socioambiental”.
Para Aline Odara, Diretora Executiva do Fundo Agbara, o evento reforça a agenda da instituição. “Democratizar o campo da filantropia e dar espaço e protagonismo para iniciativas comunitárias de mulheres negras, que são profundamente comprometidas com a Justiça Social é o nosso objetivo”, diz ela.
Um dos casos apresentados no e-book é a Revista Aquenda, fundada em 2017 na capital paulista. O grupo nasceu com a intenção de criar e implementar projetos para a inclusão e o empoderamento da comunidade LGBTQIAPN+ e de mulheres afro indígenas periféricas. Com o apoio do Fundo, centenas de pessoas já foram capacitadas pela organização, que fomenta empreendedores nas áreas de moda, corte e costura, marketing e comunicação, oferecendo qualificações alinhadas à indústria cultural e economia criativa.
Até dezembro de 2023, a organização tem como meta ampliar em 35% o atendimento a pessoas LGBTQIAPN+ e mulheres afroindígenas. Com isso, pretende expandir os seus projetos locais, estabelecendo colaborações com programas governamentais de aceleração e parcerias com instituições de ensino e educação. Um dos focos centrais é potencializar a formação de empreendedores por meio do curso de Transmutação Têxtil, que engloba o ensino de corte e costura e incentiva abordagens criativas por meio do reaproveitamento de materiais.
Já no estado da Bahia, o Coletivo Guerreiras Sem Teto, na cidade de Simões Filho, e o Instituto Rainhas do Mar, em Santo Amaro, são outras iniciativas que receberam o apoio do Fundo Agbara e têm impactado positivamente a vida de centenas de pessoas.
O Coletivo Guerreiras Sem-Teto, que surgiu a partir do Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB), foi formado em 2005 para enfrentar conflitos cotidianos e combater a violência contra as mulheres. Entre as suas ações se destacam a Marcha das Guerreiras Sem-Teto e a criação da cooperativa Guerreira Zeferina, visando geração de renda e a autonomia de mulheres periféricas.
Com foco na luta por moradia digna, fortalecimento do trabalho de base e formação política, o MSTB concentra suas atividades na Região Metropolitana de Salvador, bem como em algumas cidades do interior do estado. O Coletivo também investe na educação para geração de renda por meio de cooperativas e empreendedorismo feminino, além de criar espaços educativos e culturais nas ocupações, promovendo debates, feiras de saúde, escolas comunitárias e hortas coletivas.
Em Santo Amaro, o Instituto Rainhas do Mar visa erradicar as vulnerabilidades sociais e conscientizar a população de seu potencial transformador. Com atuação na região do Recôncavo Baiano, priorizando a comunidade pesqueira e quilombola de Acupe, a organização dedica esforços para cuidar do meio ambiente e fortalecer o desenvolvimento socioeconômico, estimulando a autonomia comunitária.
O Instituto Rainhas do Mar oferece orientações sobre direitos urbanísticos e ambientais, além de auxílio na elaboração de planos e projetos populares. O diferencial do Instituto é a conexão profunda com o seu público alvo, que é o protagonista, já que a organização é concebida por pessoas que vivem nas próprias comunidades, o que resulta em um entendimento genuíno de suas necessidades.
Por fim, a obra fortalece a trajetória de instituições que, com o aporte financeiro do Fundo Agbara, puderam ampliar a sua prática filantrópica em seus territórios. Estas organizações adotaram estratégias que vão além da ajuda ou assistência, atuando na transformação das estruturas que perpetuam desigualdades.
Faça o download gratuito do e-book (disponível a partir do dia 29 de setembro) no site: www.fundoagbara.org.br.
Sobre o Fundo Agbara
O Fundo Agbara é o primeiro Fundo Filantrópico de Mulheres Negras para Justiça Racial da América Latina, cuja missão é lutar por dignidade humana, equidade racial e de gênero, por meio da promoção de acesso a direitos econômicos para o público-alvo: mulheres negras individuais, coletivos e organizações de mulheres negras, oferecendo capacitação técnica e política sobre raça, gênero/feminismo e meio ambiente, além de apoio financeiro. Desde a sua criação, o já captou mais de R$ 3 milhões, impactando diretamente a vida de mais de 2.500 mulheres negras. Além disso, apoiou financeiramente 197 iniciativas, realizando 159 ações desde 2020 até agosto de 2023. Entre essas ações, destacam-se programas formativos, transferências de renda, formações livres, consultorias, jornadas anti-racistas e o Festival Agbara da Mulher Negra.