Muito verde e trilhas para desbravar: descubra os parques naturais da cidade de SP
Com 54,13% de cobertura vegetal no território, a capital paulista contribui para melhoria na qualidade do ar, redução da temperatura e da poluição
- Data: 19/09/2023 14:09
- Alterado: 19/09/2023 14:09
- Autor: Redação
- Fonte: Prefeitura de São Paulo
PARQUE DA ACLIMAÇÃO
Crédito:Prefeitura de SP
Em um mundo cada vez mais digital, com as pessoas passando mais tempo em frente às telas de celular ou computador, é fácil se afastar da natureza. No entanto, estudos científicos já comprovaram que atividades em contato com o verde promovem uma série de benefícios.
A integração entre o ser humano e o meio ambiente fortalece as saúdes física e mental, conforme estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em parceria com a Universidade Veiga de Almeida, mostrando que a Floresta da Tijuca ajuda a limpar a atmosfera de poluentes nocivos para a saúde humana.
Já uma pesquisa publicada no The World Journal of Biological Psychiatry (Revista Mundial de Psiquiatria Biológica) mostrou que atividades na natureza alteram a estrutura do cérebro, aumentando a região envolvida no planejamento, regulação de ações e desempenho cognitivo.
Fazer uma trilha, um piquenique, andar de bicicleta, ouvir o canto dos pássaros são algumas das atividades que proporcionam bem-estar. Ambientes com fauna e flora preservadas e áreas urbanas arborizadas, como parques e praças, são opções que permitem esse vínculo.
Garantir uma cidade mais verde é um dos compromissos da Prefeitura de São Paulo e está registrado no Plano Diretor Estratégico da cidade, que trouxe determinações e diretrizes para elaboração dos chamados Planos Verdes.
A cidade oferece um vasto leque de opções para aqueles que desejam explorar a natureza sem sair da capital. Essa jornada é fundamentada por números que se destacam: a metrópole atingiu a marca de 54,13% de cobertura vegetal. Em 2020, esse índice era de 48,18%. O percentual supera o previsto pelo Programa de Metas 2021-2024 da gestão municipal e excede até mesmo padrões internacionais.
Enquanto a maioria das grandes cidades do mundo se debruça no desafio de equilibrar crescimento urbano com preservação ambiental, São Paulo vem se destacando como um exemplo de urbanização sustentável.
A cidade ganhou recentemente dois prêmios que comprovam o compromisso da Prefeitura com o meio ambiente e os resultados desse engajamento: o certificado de Cidade Árvore do Mundo (Tree Cities of The World), em março deste ano, e o de Capital Verde, pelo Comitê Setorial de Cidades Sustentáveis e Resilientes da Assembleia Geral da União das Cidades Capitais Ibero-americanas (UCCI), no ano passado.
Parques Naturais Municipais, lazer em meio à natureza intocada na cidade
Não é preciso sair de São Paulo para se conectar com a natureza. Além dos 105 parques urbanos (a lista completa está disponível aqui), houve uma transformação de áreas em verdadeiros oásis verdes e os resultados desse compromisso são visíveis por toda a metrópole.
Contrariando a fama de “selva de pedras”, a cidade conta com quase 40 mil hectares de áreas verdes protegidas com rica biodiversidade de Mata Atlântica distribuídas em 12 Unidades de Conservação municipais, áreas protegidas que devem seguir critérios previstos em lei federal.
O objetivo dessas unidades é a conservação da biodiversidade. Elas abrigam aqui no território do município de São Paulo remanescentes de Mata Atlântica e também algumas áreas de Cerrado e muitas espécies de fauna e flora.
De fauna, há mais de 1.270 espécies registradas e de flora, mais de 3.700 espécies catalogadas”, diz Anita Martins, diretora da Divisão de Gestão de Unidades de Conservação da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo. Como exemplos de espécies que podem ser vistas nessas áreas, ela cita jacus, garças, tucanos-de-bico-verde, bugios-ruivos e veados-catingueiros.
Essa riqueza de biodiversidade está comprovada pelos dados do Índice de Biodiversidade da Cidade de São Paulo, o BIOSAMPA, em que o município atingiu uma pontuação de 62 de 72 possíveis, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Singapore Index on Cities Biodiversity, padrão recomendado pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB).
Dessas 12 unidades, quatro pertencem à categoria de Uso Sustentável, incluindo Áreas de Proteção Ambiental (APAs) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). As outras oito são designadas como de Proteção Integral, compreendendo Parques Naturais Municipais (PNMs) e o Refúgio de Vida Silvestre (RVS Anhanguera).
As Unidades de Conservação estão abertas à visitação com infraestrutura de lazer, trilhas (incluindo a Trilha Interparques, ainda em implantação, que conectará parques, represas e reservas particulares), territórios indígenas, áreas rurais, produção agrícola sustentável, patrimônio histórico-cultural, cachoeiras e lagos.
Os Parques Naturais Municipais estão abertos ao público de terça a domingo, das 8 às 17 horas, e desde que estão disponíveis para visitação, em janeiro de 2020, já receberam mais de 45 mil visitas. “As atividades permitidas são voltadas para a sensibilização à conservação. São atividades de ecoturismo, de educação ambiental e de pesquisa científica”, destaca Anita.
A diretora ressalta a importância destes parques para a qualidade de vida da população. “Para se ter uma ideia, há diferença climática entre as regiões centrais e essas áreas de mais de cinco graus”, explica. “Eles têm uma importância crucial para a prestação de serviços ambientais”, completa.
As trilhas desses locais são uma opção para se conectar com a natureza e “se desconectar” da correria – a depender do parque, elas podem ser feitas a pé ou de bicicleta. Os visitantes são sempre orientados pelas equipes dos parques a tomar precauções para usufruírem do passeio com segurança, como o uso de calçados fechados, não mexer em ninhos e em vegetação no entorno da trilha, além de manter o caminho demarcado. Nunca houve nenhum caso de acidente desde que os parques foram abertos, segundo a diretora.
Reabilitação de animais silvestres
A Prefeitura de São Paulo é responsável por manter um dos maiores centros de manejo público da América Latina (CeMaCas), que presta atendimento veterinário visando à recuperação dos animais silvestres que demandam cuidados especiais em razão de acidentes, abandono, maus-tratos e tráfico. O CeMaCas é uma unidade da Divisão da Fauna Silvestre localizada dentro do RVS Anhanguera.
Desde 2017, mais de 50 mil animais foram atendidos pela Divisão da Fauna Silvestre, sendo 3.851 só este ano. Após o processo de tratamento, 8.159 animais já foram reabilitados desde o início da série histórica. Foram devolvidos à natureza 34% dos animais atendidos (16.873) e quase 1% foi destinado a cativeiros (419).
Um caso recente foi a repatriação de oito araras-canindé vítimas do tráfico de animais para o Pantanal em abril. Elas chegaram ainda filhotes ao CeMaCAS, entre 2019 e 2021, e após serem tratadas, acompanhadas e reabilitadas pelos técnicos da Prefeitura puderam voltar à natureza.
Elas foram levadas de avião a Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e recebidas pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL), onde foram encaminhadas para soltura.
O CeMaCAS também recebeu 121 aves, sendo que 53 já estavam mortas e 37 morreram na sequência, em decorrência de intensos maus-tratos. Das aves que sobreviveram, os técnicos conseguiram reabilitar 31 que puderam ser repatriadas para seu habitat natural nas regiões Sul e Nordeste do país ou foram soltas dentro do estado de São Paulo. Os animais foram mantidos no CeMaCAS de março de 2021 até janeiro de 2022, data da última repatriação.
Endereço: Estrada de Perus, 300 – Perus, Zona Norte.
Recebimento de animais todos os dias: segunda a sexta-feira das 8h às 16h; sábado e domingo das 8h às 14h; feriados das 8h às 12h.
Não aberto a visitação.