Osesp toca com Thierry Fischer e Stephen Hough, pianista que também faz recital
Hough, que é Artista em Residência da Temporada 2023, se apresenta em três datas com a Orquestra e faz também recital de encerramento da Festa Internacional do Piano
- Data: 18/09/2023 16:09
- Alterado: 18/09/2023 16:09
- Autor: Redação
- Fonte: Osesp
Thierry Fischer
Crédito:Marco Borggreve
Dando continuidade à sua Temporada 2023 – Sem Fronteiras, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp se apresenta na Sala São Paulo entre 21 e 23/set sob a batuta de seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, e recebendo mais uma vez o Artista em Residência deste ano, o britânico Sir Stephen Hough. O repertório inclui peças de Haydn (Sinfonias nº 30 e nº 22), Rachmaninov (Concerto nº 4 para Piano) e Strauss (O Cavaleiro da Rosa). A apresentação de 22/set, às 20h30, terá transmissão digital no canal da Osesp no YouTube.
Hough também subirá ao nosso palco no dia 24/set, às 18h, para o recital que marca o encerramento da série Festa Internacional o Piano – FIP Clássica neste ano. Na ocasião, ele irá interpretar uma composição autoral sua, Partita, além de peças de Federico Mompou (Cantos Mágicos), Debussy (Estampes) e Liszt (Anos de Peregrinação, Itália: Sonetos de Petrarca e Sonata Dante).
Assim que começou a compor sinfonias, elas tornaram-se um gênero relevante para Joseph Haydn (1732-1809) — uma maneira ideal de exibir as orquestras das cortes de seus patronos bem como seu gênio criativo. Dado o mérito artístico e o grau de inovação das peças, é estarrecedor o ritmo no qual as compôs. Escreveu a Sinfonia nº 30 aos 33 anos de idade, quando estava empregado na prestigiosa corte dos Esterházy, um ano antes de tornar-se diretor musical ali. É provável que a Sinfonia tenha sido criada para a apresentação do Domingo de Páscoa de 1765. Seu apelido decorre da inclusão de uma aleluia em cantochão, facilmente reconhecida pelos ouvintes da época.
O quarto concerto para piano de Sergei Rachmaninov (1873-1943) começou a ser escrito ainda na Rússia, em 1914, antes de o aristocrático pianista optar pelo exílio nos Estados Unidos, após a Revolução Soviética. Em 1926, Rachmaninov interrompe sua carreira como solista para um “período sabático” dedicado a finalmente completar o concerto. A crítica, no entanto, recebeu muito mal a sua estreia, considerando-o confuso, datado e melancólico. O compositor insistiu, e após diversos cortes e reelaborações, a obra ganhou outra chance em 1928, conciliando o Romantismo russo e as inovações modernistas (entre elas, a influência do jazz). Mesmo assim, o concerto nunca chegou a agradar completamente seu criador, mesmo após uma terceira revisão, em 1941. No entanto, o interesse da obra parece nascer justamente de suas contradições e dificuldades formais, sendo marcada por movimentos abruptos, rupturas e tensões. É como se a obra testemunhasse o desespero de um compositor tardo-romântico diante dos desafios da música moderna.
O movimento inicial da Sinfonia nº 22 de Haydn, marcado por diálogos melódicos acompanhados por um pensativo “baixo caminhante”, teria inspirado o título atribuído pelo editor à obra: “o filósofo”. A obra traz ainda outra surpresa: o compositor utiliza, pela única vez em suas mais de cem sinfonias, cornes-ingleses no lugar dos tradicionais oboés. O diálogo entre cornes ingleses e alemães (nome antigo das atuais trompas) enseja a construção dos temas por meio do desenvolvimento de motivos, rejeitando a tradicional acumulação de ideias melódicas. O uso criativo dos sopros marca também o “Presto” final, que evoca, como em outras peças de Haydn, as fanfarras de caça tão apreciadas pela nobreza da época. A forma original dessa sinfonia faz jus ao seu nome, expressando musicalmente, em pleno Século das Luzes, os ideais da filosofia clássica: equilíbrio, coerência, clareza e energia.
Richard Strauss (1864-1949) surpreendeu o público e a crítica com a trama espirituosa e elegante de O Cavaleiro da Rosa, de 1911. Resultado de sua segunda colaboração com o poeta Hugo von Hofmannsthal, a ópera anunciava um picante retorno aos salões da aristocracia vienense do século XVIII. Para lidar com as reviravoltas do libreto (repleto de divertidas traições, armadilhas, disfarces e declarações de amor), Strauss recuperou, de modo nada ingênuo, elementos das obras cômicas de Mozart, acompanhados pelo frescor romântico de valsas vienenses. A crítica se irritou com o “novo conservadorismo” do compositor, mas o público adorou a longa ópera, fazendo com que Strauss, sempre atento aos possíveis lucros, logo a desdobrasse em duas sequências de valsas e uma primeira “Suíte”, que acompanhava o filme mudo baseado na trama, filmado por Robert Wiene em 1925. Já ao final da Segunda Guerra, o compositor autorizou a publicação de uma segunda “Suíte”, baseada nos arranjos feitos por Artur Rodzinski, regente principal da Orquestra Filarmônica de Nova York.
A Festa Internacional do Piano – FIP Jazz e Clássica tem o patrocínio do Bradesco, copatrocínio da igc e apoio do Mattos Filho por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Realização: Fundação Osesp, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Ministério da Cultura e Governo Federal – União e Reconstrução.
SERVIÇO
21 de setembro, quinta-feira, às 20h30
22 de setembro, sexta-feira, às 20h30 – Concerto Digital
23 de setembro, sábado, às 16h30
24 de setembro, domingo, às 18h00 [FIP Clássica]
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 258,00 [Osesp]; entre R$ 39,60 e R$ 143,00 [FIP Clássica] (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link