Carga tributária volta a liderar ranking de reclamações da indústria, diz CNI
No ano passado, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro reduziu em 35% as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industriais
- Data: 20/01/2023 15:01
- Alterado: 20/01/2023 15:01
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Brasilia - O Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o Secretário-geral da FIFA, Jerôme Valcke e o Governador do DF, Agnelo Queiroz, visitam a Fábrica Cultural(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Crédito:Reprodução
Após nove trimestres liderando a lista de dores de cabeça da indústria brasileira, a falta de matérias-primas deixou o topo desse ranking no último trimestre do ano passado, sendo substituída pelo velho problema da alta carga tributária brasileira. No quarto trimestre de 2022, 32,1% dos empresários ouvidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) citaram o peso dos impostos como um dos entraves à produção, enquanto 31 0% ainda reclamaram da dificuldade em obter insumos. No trimestre anterior, a falta de matéria-prima ainda afetava 38,1% dos entrevistados.
“Historicamente, o problema da elevada carga tributária usualmente ocupava a primeira posição do ranking e, com o advento da pandemia e o consequente desequilíbrio das cadeias de insumos, passou a ocupar o segundo lugar, já que a questão dos insumos e matérias-primas ganhou maior relevância”, destacou a CNI.
No ano passado, o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro reduziu em 35% as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industriais (IPI) dos bens que não são produzidos na Zona Franca de Manaus.
Na última segunda-feira, 16, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, lembrou que o setor pagar quase um terço dos impostos enquanto responde por 10% da produção e disse que o novo governo decidiu não reonerar o IPI “sinalizar para a indústria o desejo de aprovar a reforma tributária”.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, prometeu, em reunião no mesmo dia na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que vai trabalhar para acabar com a cobrança do IPI na reforma. “Havia a possibilidade de ser cancelada a redução de 35% do IPI, e conseguimos que isso não fosse incorporado. A próxima meta é acabar com IPI, e acabar com IPI é pela reforma tributária”, declarou Alckmin na ocasião.
De acordo com a CNI, completam o ranking de problemas do setor a demanda interna insuficiente (citada por 29,8% dos empresários), as taxas de juros elevadas (23,8%), a taxa de câmbio (14,8%) e a falta ou o alto custo do trabalhador qualificado (13,8%).