Como saber se eu estou com Burnout?

Especialista esclarece que respeitar os sinais emitidos pelo corpo é essencial para evitar a síndrome do trabalho

  • Data: 14/02/2023 14:02
  • Alterado: 14/02/2023 14:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria
Como saber se eu estou com Burnout?

Burnout

Crédito:Marcelo Camargo - Agência Brasil

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Um levantamento da International Stress Management Association (Isma) apresentado em 2022, mostrou que o Brasil é o segundo país com mais casos de Burnout.

De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-11), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que entrou em vigor em janeiro de 2022, o Burnout é ocasionado pelo estresse crônico advindo exclusivamente do trabalho.

O Burnout é um fenômeno similar à fadiga mas que, se negligenciado, acaba sendo a “porta de entrada” para uma doença mental verdadeira, como é o caso da depressão, por exemplo.

As causas do Burnout são variadas, entre elas, as situações ocupacionais desgastantes e que demandam muita competitividade ou responsabilidade, as cargas exaustivas de trabalho e as exigências de produtividade elevadas (por vezes, inalcançáveis).

“Vivemos em uma sociedade do cansaço. Temos buscado sempre a maior produtividade possível, em todas as áreas da vida. Isso gera fadiga, narcisismo, individualismo, ansiedade, o que provavelmente está relacionado com o aumento da prevalência dos adoecimentos mentais”, alerta o Dr. Marcos Mendanha, médico e autor do livro “O que ninguém te contou sobre Burnout”  publicado pela Editora Mizuno.

“É importante que as empresas cada vez mais toquem no assunto de forma clara, dividindo responsabilidades e fazendo com que o debate se transforme em ação e políticas internas concretas, que preservem a saúde mental dos trabalhadores”, afirma o médico.

Mas como saber se eu estou com burnout ou apenas cansado ou estressado?

Mendanha explica que ficar cansado ao final de um dia corrido de trabalho é normal, o que deixa nosso sinal de alerta reduzido e nos causa uma tendência ao adormecimento. Mas quando a pessoa não respeita esse cansaço e não descansa, ela chegará ao estágio da fadiga, caracterizada por esgotamento de recursos físicos e mentais.

Essa exaustão pode reduzir a eficiência, alterar o sono, causar alterações gastrointestinais, dores de cabeça, ansiedade e irritabilidade.

“Todo Burnout é uma fadiga relacionada ao trabalho, mas nem toda fadiga é um Burnout. E se nesse estágio, com todos esses sintomas eu não houver possibilidade de descanso e reposição de energia, eu posso vir a ter uma doença mental, como depressão, síndrome do pânico, fobia social, entre outras”, alerta o especialista.

Segundo Mendanha, esses sofrimentos associados exclusivamente ao trabalho segundo as diretrizes da CID-11 se apresentam de três formas:

1 – Sentimento de esgotamento ou exaustão de energia;
2 – Aumento do distanciamento mental do trabalho e dos demais trabalhadores, o que pode incluir sentimentos de negativismo e até uma certa frieza em relação ao trabalho;
3 – Sensação de ineficácia ou falta de realização profissional e pessoal.

O especialista lembra que cada ser humano é único, tanto em vulnerabilidades como em resistências, o que faz com que pessoas dentro de uma mesma empresa, com o mesmo chefe e trabalhando no mesmo ambiente, poderão ter Burnout e outras não.

“Um trabalhador pode ser mais vulnerável e outro mais resiliente diante de fontes estressoras. Isso tem a ver com vários fatores como: personalidade, genética, estrutura psicológica e sensibilidade afetiva”, finaliza.

Sobre Marcos Mendanha

É médico, diretor e professor da Faculdade CENBRAP, onde realiza e coordena estudos, cursos e eventos sobre Psiquiatria e saúde mental do trabalhador há mais de 10 anos. É especialista em Medicina do Trabalho e também em Medicina Legal e Perícia Médica.

É advogado especialista em Direito do Trabalho; pós-graduado em Filosofia; e professor convidado da pós-graduação em Medicina do Trabalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

É autor dos livros “O que ninguém te contou sobre Burnout – Aspectos práticos e polêmicos” (Editora Mizuno), “Medicina do Trabalho e Perícias Médicas – Aspectos práticos e polêmicos” (Editora LTr), e “Limbo Previdenciário Trabalhista – Causas, consequências e soluções à luz da jurisprudência comentada” (Editora Mizuno); e coautor de várias obras. É coordenador do Congresso Brasileiro de Psiquiatria Ocupacional (CBPO) e do Congresso Brasileiro de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas (CBMTPM).

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  • Data: 14/02/2023 02:02
  • Alterado:14/02/2023 14:02
  • Autor: Redação
  • Fonte: Assessoria









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