Geração Z começa a substituir Google por TikTok em buscas
TikTok vem obtendo números superlativos e atraindo diferentes públicos, são 775 milhões de usuários ativos, sendo que 20% das pessoas que usam redes sociais têm perfil na rede chinesa
- Data: 19/05/2023 17:05
- Alterado: 19/05/2023 17:05
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Pixabay
Um relatório do Google publicado em julho do ano passado mostrou que cerca de 40% dos usuários pertencentes à geração Z (nascidos a partir de 2000) já utilizam as redes sociais TikTok e Instagram antes de optar pelo mecanismo tradicional na web. O vice-presidente sênior do Google afirmou que as buscas desse público tendem a ser mais imersivas do que as tradicionais palavras-chave dos mais velhos, o que muda também os resultados.
Há alguns anos o TikTok vem obtendo números superlativos e atraindo diferentes públicos. Ainda assim, os dados do relatório chamam a atenção. São 775 milhões de usuários ativos, sendo que 20% das pessoas que usam redes sociais têm perfil na rede chinesa, que é a terceira mais espalhada no mundo.
Esse cenário em transformação tende a alterar também a maneira como as empresas se comunicam com seus públicos, bem como encontram maneiras de se destacar nas buscas em um contexto em que palavras-chave corretamente utilizadas podem não ser o suficiente. Rogerio Gomes, CEO da WRG Marketing, empresa especialista em criação de sites, comenta a tendência.
“O TikTok é a nova televisão para a geração Z e, na dinâmica desta rede social, não tem tanto aquele apego ao engajamento que, obrigatoriamente, existe nas outras redes, com a interação com o autor e comentário, já que basta abrir o app e lá vem conteudo sem parar”, comenta.
Ele avalia que a interação entre criadores e espectadores é diferente da tradicional, presente nos blogs, Facebook, Twitter, Instagram ou mesmo o YouTube, que lançou seus Shorts, similares aos vídeos curtos do TikTok, mas ainda conta com uma caixa de comentários aberta a longas discussões.
“A interação existe, mas é diferente, já que o foco é no conteúdo puro para entreter ou educar, e este é o motivo das marcas estarem se revirando para encontrar uma maneira de cativar o público, sem parecer publicitário demais”, pondera Rogerio..
O profissional da WRG Marketing afirma que a nova geração está usando o TikTok para consumir notícias, procurar ofertas, e usam o próprio buscador do Tiktok para realizar diversas pesquisas, desde buscas por comércios locais, restaurantes próximos, até assuntos diversos, como desratização, geladeira frost free, agência de comunicação, mudar nick do jogo Valorant e muito mais.
“Eles estão, literalmente, usando a barra de busca do app como um verdadeiro buscador. Lá fora, já se fala muito sobre SEO para Tiktok, o que representa um novo desafio para todos os profissionais do setor de marketing digital”, comenta.
TikTok, Inteligência artificial e o futuro
Outra maneira nova de realizar buscas veio com os bots de inteligência artificial em formato de chat, sendo o ChatGPT o mais famoso atualmente. Para ilustrar o potencial da ferramenta, a Microsoft aportou cerca de 10 bilhões de dólares para ter participação na empresa. Rogerio Gomes lembra que é preciso estar atento aos termos de uso e dados pessoais e informações fornecidas para as redes.
“O grande risco fica em relação ao futuro do acesso à informação, já que, além do TikTok, temos, ao mesmo tempo, o fenômeno das inteligências artificiais, que também chegaram para ficar. Em meio a tudo isso, dados sensíveis e corporativos podem ser expostos”, alerta.
Neste sentido, países como Dinamarca, Estados Unidos e França estão proibindo funcionários governamentais e representantes de alto escalão de utilizarem o TikTok em seus celulares e computadores federais por questões de cibersegurança.
Por fim, Gomes aconselha os profissionais que lidam com mídia social atenção à evolução do consumo das redes, principalmente dos jovens, para alcançar mais resultados. “Encontrei minha professora de inglês no TIkTok e ainda há quem relute em achar que o app é apenas um lugar de dancinha”, afirma. E finaliza: “É preciso ir adiante, experimentar, testar e ver como pode adaptar seu produto ou serviço dentro da nova rede.”