Depois da primeira, ninguém segura mais a gente; Brasil é bicampeão olímpico no futebol
Com direito a pênalti perdido, bolas na trave e sofrimento, Brasil bate a Espanha e conquista a medalha de ouro no futebol masculino
- Data: 07/08/2021 15:08
- Alterado: 07/08/2021 15:08
- Autor: Gabriel Plasa
- Fonte: ABCdoABC
Crédito:Lucas Figueiredo / CBF
Desde 1952 tentando, a seleção brasileira de futebol masculino bateu na trave várias vezes antes de conquistar a primeira medalha de ouro no Rio, em 2016. Com Neymar e cia, comandados por Rogério Micale, a seleção começou o torneio mal e no meio do caminho se encontrou, conquistando o ouro na decisão por pênaltis contra a tão temida Alemanha, em pleno Maracanã.
Dessa vez foi ao contrário. Com um time aparentemente mais encaixado e com jogadores mais consagrados, o Brasil atropelou a Alemanha no primeiro jogo, empatou com a Costa do Marfim e encerrou a fase de grupos vencendo a Arábia Saudita com gols no final da partida.
No mata-mata, o primeiro adversário foi a seleção do Egito. Sem muitos problemas a seleção venceu por 1 a 0, em um jogo completamente dominado pelos brasileiros. A grande prova desta equipe veio nas semifinais, contra o time do México, nosso carrasco em 2012.
Como era de se esperar, o confronto foi pegado, com poucas oportunidades, muitas faltas e dez cartões amarelos. A decisão ficou para os pênaltis e Santos, goleiro do Athletico-PR, que não era nem para estar na lista dos convocados, pegou um e garantiu a classificação para mais uma final olímpica. A terceira consecutiva, inclusive.
Por falar em jogadores que não eram para estar na lista, Richarlison foi o que mais chamou atenção. Enquanto disputava a Copa América, o atacante do Everton foi avisado que seria convocado no lugar de Pedro, atacante do Flamengo. Com a responsabilidade de ser um dos mais experientes do grupo, o Pombo fez apenas um pedido. “Eu quero a 10.” Com a camisa mais pesada do futebol mundial, Richarlison não fez feio, marcou 5 gols e foi o artilheiro da competição. Número este que tinha tudo para ser maior, já que o atacante perdeu um pênalti na final emocionante desta manhã.
Falando em final: que jogo!! O Brasil até começou melhor contra uma Espanha que trouxe força máxima para conquistar o ouro. Boas jogadas, pênalti perdido e pressão, até o primeiro gol sair, nos acréscimos da etapa inicial. Matheus Cunha fez seu papel, dominou dentro da área e não perdoou.
O segundo tempo mostrou, pelo menos no começo, que a medalha dourada seria questão de tempo. 45 minutos para ser mais exato. Richarlison acertou a trave, Unai Simón fez grande defesa e salvou a Espanha. Tudo isso em 5 minutos. Com o passar do tempo, o ímpeto brasileiro foi diminuindo e, aos poucos, os espanhóis foram dominando o jogo, até conseguir empatar. Oyarzabal aproveitou cruzamento e mandou para o gol. Claramente desgastado, o Brasil corria atrás dos espanhóis e viu o travessão salvar duas vezes. Jardine não fez nenhuma substituição no tempo regulamentar e esperou a prorrogação para mexer na equipe.
Malcom, que faz parte daqueles que não eram para estar nas olimpíadas, entrou e mudou o jogo. O camisa 17 precisou de 17 minutos da prorrogação para fazer o gol dourado. Antony lançou e na velocidade o atacante deixou Vallejo para trás e bateu na saída do goleiro, levando a loucura e recompensando quem acordou cedo para acompanhar a final olímpica.
O Brasil conquista a segunda medalha de ouro na história do futebol masculino e mostrou que quando a gente quer, o futebol é nosso.
Aos que torcem contra: não tem e nunca terá ninguém maior que a amarelinha no futebol. E já que o 17 foi o número decisivo da partida: Bicampeão olímpico tem 17 letras.