Especialistas debatem sobre a seca no Pantanal
Para os profissionais da área, situação tende a se agravar, além de gerar outros problemas
- Data: 15/10/2020 19:10
- Alterado: 15/10/2020 19:10
- Autor: Izabel Rufino
- Fonte: Agência Brasil
Comissão parlamentar para discussão do tema foi criada pela Câmara dos Deputados
Crédito:Mayke Toscano/Secom-MT
A Câmara dos Deputados criou uma comissão parlamentar para acompanhar a situação dos incêndios florestais que atingem o Pantanal. Dessa forma, autoridades públicas e especialistas participaram da reunião e apontaram que a seca tende a continuar, além de se agravar nas próximas temporadas de estiagem.
É necessário dizer que a seca foi um fator-chave na propagação do fogo, este que já destruiu, apenas em 2020, quase 4 milhões de hectares do bioma. Tudo se complica ainda mais, quando são analisados fatores mais antigos, isso porque o Pantanal já havia entrado em estado de alerta no ano passado, principalmente por conta do baixo volume de chuva.
Ademais, a região do alto Paraguai, no Pantanal, voltou a registrar uma estiagem muito longa, assim como a que ocorreu na década de 60. Ou seja, a situação é extremamente preocupante e, segundo especialistas, pode agravar problemas e conflitos já existentes na região Centro-Oeste, por exemplo, a disputa em torno do uso múltiplo d’água.
Ainda sobre a região do alto do Paraguai, citada anteriormente, outros profissionais da área alertam que o transporte de cargas pelo Rio Paraguai também pode ser afetado por conta da situação geral. Isso porque, a falta de chuva pode gerar insegurança no empreendedor que transporta mercadorias por hidrovias, principalmente tendo em vista possíveis interrupções na logística.
Infelizmente, atualmente é muito difícil entender a proporção de uma seca quando não são reconhecidas as alterações climáticas, bem como o ritmo em que elas estão ocorrendo. Então, para os especialistas, se o todo não for avaliado, a situação será enfrentada como foi há 50 anos, ou seja, como um evento estatístico.
Para os profissionais da área, a situação precisa de uma atenção geral da população e, principalmente, do poder público. Além disso, é necessário ter em mente que o bioma do Pantanal pode não resistir aos impactos da seca, mesmo sendo resiliente e adaptável. Os especialistas alertam, ainda, para a importância das áreas altas, de planalto, onde estão as nascentes de cursos d’água.
Por fim, finalmente uma notícia positiva, isso porque, segundo informações da audiência, nas próximas duas ou três semanas deve ocorrer um aumento gradativo da precipitação de chuvas em parte do Brasil Central. Dessa forma, a partir de novembro a seca deve sofrer uma quebra, afinal as chuvas serão mais regulares.
A íntegra da audiência, bem como o posicionamento de todos os especialistas está disponível no site da Câmara dos Deputados.