Guedes retira Rogério Marinho de Conselho Fiscal do Sesc_x000D_
Guedes decidiu dispensar o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, da função de membro titular, como representante da pasta, no Conselho Fiscal do Sesc
- Data: 15/10/2020 18:10
- Alterado: 15/10/2020 18:10
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Guedes tira Marinho do Conselho do Sesc
Crédito:Reprodução
Para atuar no posto os ocupantes dessas vagas têm direito a uma remuneração adicional, de aproximados R$ 21 mil, além do próprio salário.
A decisão do ministro da Economia consta de portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 15. No mesmo ato, Guedes designou o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos para ocupar o lugar de Marinho no colegiado do Sesc.
Antes de ser ministro, Marinho era um dos principais secretários de Guedes e teve papel de destaque na articulação com o Congresso em prol da aprovação da Reforma da Previdência ano passado. Hoje, Marinho é um dos ministros mais próximos de Bolsonaro.
Nos últimos meses, no entanto, Guedes e Marinho têm tido desentendimentos públicos, sobretudo em torno da política de investimentos do governo federal. Guedes defende freio nos gastos enquanto Marinho quer mais dinheiro para obras Brasil afora. O ministro da Economia já chamou o ex-auxiliar de “ministro fura teto“, numa referência ao Teto de Gastos, regra que limita o crescimento das despesas do Orçamento da União à inflação.
No início do mês, as divergências entre Marinho e o chefe da Economia também alcançaram o Renda Cidadã, o programa social que o presidente Bolsonaro quer criar depois do fim do auxílio emergencial concedido durante a pandemia da covid-19 e que deve substituir o Bolsa Família.
Como antecipou o Broadcast/Estadão, a declaração de Marinho para economistas do mercado financeiro de que o programa Renda Cidadã sairá de “qualquer jeito” foi mal recebida por Guedes. Marinho disse em um call fechado da Ativa Investimentos no último dia 2 que é preciso encontrar uma forma de viabilizar o programa, ainda que isso signifique flexibilizar o Teto de Gastos.
“A gente está tentando fazer da melhor forma possível. Estamos tentando manter o teto, mas há pressão para flexibilização”, teria dito o ministro. Marinho relatou no encontro a insatisfação do relator da proposta, senador Márcio Bittar (MDB-AC), com a crítica de Guedes ao uso de parte do dinheiro do precatórios para o Renda Cidadã. Marinho disse que a ideia foi de Guedes.
Depois da fala, o titular da Economia voltou a chamar Marinho de traidor e deu um alerta à ala política do governo. “Se a doença vier (numa segunda onda), vamos furar teto. Mas não vamos furar o teto para fazer política”, avisou. “Não acredito que Marinho falou mal de mim. Se falou mal, isso mostra que ele, em primeiro lugar, é despreparado, além de desleal e fura teto”, disse Guedes no dia 2.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada ontem, Marinho é um dos ministros que mais acumulavam gratificações. Sem a remuneração extra de R$ 21 mil por atuar no conselho do Sesc, o ministro ficará com o salário de R$ 30,9 mil.