Nasa lança com sucesso sonda em missão para alterar rota de asteroide
Sonda Dart foi lançada às 3h21, no horário de Brasília, da base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA)
- Data: 24/11/2021 11:11
- Alterado: 24/11/2021 11:11
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Reprodução Twitter
A missão Dart, da Nasa, agência espacial norte-americana, começou com sucesso na madrugada desta quarta-feira, 24. A sonda será responsável pelo teste de redirecionamento de asteroide duplo (em tradução livre), que vai tentar pela primeira vez desviar a rota de um asteroide, com o objetivo de checar se possui tecnologia suficiente para proteger o planeta de um possível risco futuro.
A bordo de um foguete Falcon 9 da Space-X, a sonda Dart foi lançada às 3h21, no horário de Brasília, da base da Força Aérea de Vandenberg, na Califórnia (EUA). Passado cerca de uma hora do lançamento, a nave se separou do foguete.
Minutos depois, os operadores da missão receberam os primeiros dados de telemetria e iniciaram o processo de orientação dela para uma posição segura para abertura de seus painéis solares – o que ocorreu, com sucesso, após duas horas.
Segundo a agência norte-americana, nenhum asteroide conhecido representa uma ameaça à Terra – pelo menos até o próximo século. A missão Dart funciona como um teste-chave antes de qualquer ameaça real, para coletar dados sobre a possibilidade de deflexão de um asteroide por meio de uma técnica chamada de impacto cinético.
“A Dart está transformando a ficção científica em fato científico”, disse o administrador da Nasa, Bill Nelson. “Além de todas as maneiras como a Nasa estuda nosso universo e nosso planeta natal, também estamos trabalhando para proteger essa casa. Esse teste ajudará a provar uma maneira viável de proteger nosso planeta de um asteroide perigoso, caso algum dia um venha em direção à Terra.”
A sonda da Dart ruma até um sistema de asteroides binário. Com uma velocidade de seis quilômetros por segundo, de forma autônoma, a nave deve colidir deliberadamente com o Dimorphos, um asteroide de 160 metros de diâmetro, que orbita outro maior, o Didymos, com 780 metros de diâmetro.
Pela proximidade com a Terra, o sistema Didymos permite que especialistas em defesa planetária observem e meçam o impacto cinético da sonda.
Com a colisão, os cientistas estimam reduzir em vários minutos o período orbital do Dimorphos. A escolha da data de colisão, que deve ocorrer entre outubro e novembro do próximo ano, foi proposital. A cada 770 dias, o Didymos fica a 11 milhões de quilômetros do planeta.
Com informações mais específicas sobre o Dimorphos, como massa e estrutura interna, e da cratera a ser deixada pela Dart, será possível tornar o impacto cinético em uma técnica replicável. Assim, em caso da aproximação de um asteroide que realmente possa causar danos ao planeta, os cientistas estarão prontos para contorná-lo.