Em reunião, Bolsonaro diz que “a barca está afundando”

Na reunião ministerial do dia 22 de abril, Bolsonaro disse aos ministros que "a barca está afundando", e se ele caísse eles cairiam junto, segundo fontes que assistiram à gravação

  • Data: 15/05/2020 12:05
  • Alterado: 15/05/2020 12:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Em reunião, Bolsonaro diz que  “a barca está afundando”

Em reunião ministerial Bolsonaro diz a ministros que "a barca está afundando"

Crédito:Marcos Corrêa/PR

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A reunião é peça-chave no inquérito que apura suposta tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal

O presidente também teria dito aos presentes que, se ele caísse, eles cairiam junto e ainda que poderiam ser presos por homofobia e racismo, prevendo até a punição que pagariam: 8 anos de prisão.

Fontes que acompanharam a exibição do vídeo da reunião no Planalto avaliaram que o conteúdo da gravação mostra a preocupação do presidente com um eventual cerco da PF a seus filhos, e que Bolsonaro vinculou a necessidade de trocar o superintendente da corporação no Rio à defesa de seus próprios filhos, alegando que sua família estaria sendo perseguida. O presidente aparece no vídeo chamando a superintendência fluminense da PF de “segurança do Rio”, conforme relatos.

Bolsonaro afirmou na terça-feira que o vídeo da reunião não contém as palavras “Polícia Federal”, “investigação” nem “superintendência”. Em manifestação enviada nesta quinta ao Supremo, a Advocacia-Geral da União (AGU), no entanto, afirmou que o presidente citou a Polícia Federal na reunião, e pediu o fim do sigilo sobre o vídeo.

Parte dos investigadores avalia, no entanto, que o material é “devastador” para o presidente. Entende que a gravação confirma as acusações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que atribui ao presidente tentativa de interferência na corporação – o que levou à abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF). O jornal O Estado de S. Paulo não obteve a íntegra do vídeo, que segue mantido sob sigilo.

O registro da reunião foi exibido a um restrito grupo de pessoas autorizadas pelo ministro Celso de Mello, relator do inquérito no STF. A exibição ocorreu no Instituto Nacional de Criminalística da corporação em Brasília, com participação de Moro, integrantes da AGU, procuradores e investigadores.

Na segunda-feira, Celso de Mello determinou que uma equipe realizasse perícia do vídeo. O ministro também cobrou a degravação integral do HD externo apresentado pela União. Os arquivos deverão ser encaminhados ao seu chefe de gabinete, Miguel Piazzi.

O material está sob sigilo temporário por ordem do decano do Supremo desde o dia que foi entregue pelo Planalto, no dia 8. No entanto, ao autorizar o acesso do material pela Procuradoria-Geral da República, AGU e Moro, o ministro registrou que decidirá “brevissimamente, em momento oportuno, sobre a divulgação, total ou parcial, dos registros audiovisuais contidos na mídia digital”.

No dia da exibição do vídeo, o decano pediu que Moro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a AGU se manifestassem sobre o levantamento do sigilo – total ou parcial – do vídeo. A defesa de Moro pediu a divulgação da íntegra. A PGR não enviou seu posicionamento.

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  • Data: 15/05/2020 12:05
  • Alterado:15/05/2020 12:05
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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