Brasil terá nanossatélite para conectar áreas remotas do País

Nanossatélite que está sendo construído num laboratório da Universidade de Brasília (UnB), subirá 500 quilômetros até o fim de 2021 com uma missão: conectar áreas remotas do País.

  • Data: 09/10/2020 15:10
  • Alterado: 09/10/2020 15:10
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Brasil terá nanossatélite para conectar áreas remotas do País

Renato Borges diz que o Alfa Crux 1 vai cobrir áreas como a Amazônia

Crédito:SPMJ Comunicação/Divulgação

Você está em:

O Alfa Crux 1 é um nanossatélite ,um corpo metálico com cerca de três quilos de massa em formato de cubo, permitirá a transmissão de dados e voz em áreas que hoje não são atendidas, o que poderá inclusive auxiliar no tratamento remoto contra a covid-19 nas regiões mais isoladas do País.

“O foco dele é estabelecer um sistema para atender comunicação prática e aplicação em internet de coisas, em geral para cenários mais adversos devido ao relevo, regiões com vários obstáculos ou que apresentem dificuldade de comunicação, como em áreas de mata densa”, explica Renato Borges, professor da UnB e um dos responsáveis pelo projeto.

Borges é membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), uma organização de alcance global que atua na busca por soluções tecnológicas em áreas “esquecidas” ou de difícil acesso. E o nanossatélite brasileiro está surgindo também com esse propósito.

“Ele vai cobrir áreas como a Amazônia, por exemplo. Por lá é muito difícil implantar soluções terrestres, e às vezes não tem nem sentido mesmo, devido aos altos custos envolvidos”, cita, lembrando as vastas áreas de mata que cobrem a região.

O projeto da UnB conta com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Inicialmente, foi orçado em R$ 1,6 milhão, mas o investimento poderá quase dobrar até que o nanossatélite esteja pronto para ser lançado.

“Fomos impactados pela alta cambial, sobretudo nessa época de pandemia. Apesar de o projeto estar sendo totalmente desenvolvido no Brasil, muita coisa precisa vir de fora. A gente ainda não tem um mercado em que possamos comprar esses produtos, como se diz, na prateleira. O desenvolvimento desse projeto ajudará também nisso”, ressalta Borges.

Quando ficar pronto – a previsão é o último trimestre de 2021 – o Alfa Crux 1 irá pegar carona num foguete e será lançado a 500 quilômetros de altitude. O satélite tem previsão de ficar em órbita por dois anos, período em que terá como missão transmitir dados a partir de uma banda estreita – espécie de internet de baixa velocidade, mas que não afeta em nada seu propósito.

“As características técnicas desse sinal permite contornar obstáculos, penetrar em regiões mais densas e sofrer menos interferências nas regiões mais úmidas, como na floresta amazônica, onde você tem um ‘rio sobrevoando’ a floresta”, exemplifica o pesquisador.

Compartilhar:










Copyright © 2024 - Portal ABC do ABC - Todos os direitos reservados