Brechas Urbanas de setembro debate os sentidos do desenvolvimento

O tema desta edição explora os sentidos e significados do desenvolvimento, a partir dos contextos latino-americanos

  • Data: 23/09/2019 10:09
  • Alterado: 23/09/2019 10:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Brechas Urbanas de setembro debate os sentidos do desenvolvimento

Mirian Cisneros

Crédito:Esmeralda Rosales

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O Brechas Urbanas de setembro acontece no dia 25 (quarta-feira), às 20h, no Itaú Cultural. O tema desta edição explora os sentidos e significados do desenvolvimento, a partir dos contextos latino-americanos. Como de costume, duas pessoas especializadas no assunto em debate são convidadas para conversar com público a respeito. Beatriz Pedreira é cientista social, cofundadora, coordenadora de pesquisas e diretora do Instituto Update, focado em inteligência e tecnologia, trabalha pelo fortalecimento do ecossistema de inovação política na América Latina. Mirian Cisneros é equatoriana, liderança do povo Kichwa de Sarayaku-Tayjasaruta, que há mais de 30 anos luta pelos direitos de seu território.

A conversa parte do princípio de que o desenvolvimento pode ser visto a partir de diversas perspectivas e, consensualmente, ele direciona os níveis de progresso alcançados por cada país. O senso comum construído ao redor deste termo o coloca como objetivo irrefreável, sem dar atenção às consequências geradas por esta prática. Dependendo dos índices de medição, outras leituras levantam o quanto ele pode ser devastador e insustentável. Por exemplo, o crescimento econômico, se empreendido às custas da destruição da natureza, pode ser de fato compreendido dentro do espectro do desenvolvimento? Beatriz lê essa questão partindo do princípio da inovação política e do envolvimento das pessoas com os caminhos tomados pelo poder público para que se pense em um desenvolvimento que contemple a população como um todo. 

“A inovação política tem a perspectiva de que precisamos reduzir as desigualdades para ter uma democracia mais aprofundada. No entanto, e isso não é nenhuma novidade, o que trazemos como inovação é o comportamento das pessoas, um tipo que chamamos tecedor, ele é despolarizador e constrói a partir da divergência,” diz ela.

Beatriz defende fortemente o envolvimento entre pessoas que pensam diferente para a construção de uma sociedade mais sólida e cita as mulheres que chegaram ao poder recentemente despossuídas dos vícios da política tradicional e partidária. “Em momentos como os que estamos vivendo devemos olhar para práticas e movimentos que procuram atualizar o sistema”, comenta ela em relação ao cenário político atual, complementando: “A terceirização da política é o maior mal que tivemos nos últimos anos. Isso faz com que a gente não se envolva no desenvolvimento. Quem se apropria dele são aqueles que têm interesses específicos e atendem a poucos.”

A participação de Mirian em eventos em defesa da vida e da natureza nos níveis local, nacional e internacional a marcaram como uma referência importante entre as mulheres da Amazônia. Ela traz consigo não somente outra experiência, mas uma cosmologia e subjetividade diversas. A líder indígena enxerga a natureza como sujeito e, portanto, como detentora de direitos, por abrigar todos os seres, em que os rios, árvores e montanhas têm tanta vida quanto os humanos.

Este pensamento deu origem a outra percepção de desenvolvimento, o Bem Viver, que nasceu dos Kichwa, povo ao qual pertence Mirian. O seu paradigma de desenvolvimento rompe com as formas ocidentais de visão do progresso e apresenta, como alternativa, a construção da vida a partir de outras cosmologias, dos saberes tradicionais e do sentido de coletividade, incluindo nessa noção também a natureza, da qual a humanidade é parte.

SERVIÇO:

Brechas Urbanas – O que é desenvolvimento

Com Beatriz Pedreira e Mirian Cisneros

Dia 25 de setembro, às 20h

Duração: 120 minutos

Classificação indicativa: Livre

Sala Multiuso – piso 2

100 lugares

Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: uma hora antes do evento | com direito a um acompanhante

Público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa

Interpretação em Libras.

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Crédito:Esmeralda Rosales
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Crédito:Esmeralda Rosales Mirian Cisneros

  • Data: 23/09/2019 10:09
  • Alterado:23/09/2019 10:09
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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