Dallagnol: para continuarmos avançando, precisamos de reformas contra corrupção
Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, defendeu o pacote anticrime do ministro Sergio Moro, como uma das medidas necessárias para que o combate à corrupção avance no Brasil
- Data: 01/04/2019 11:04
- Alterado: 01/04/2019 11:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Brasília - O procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, se reúne com deputados da comissão especial que analisa projeto contra corrupção (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
Crédito:Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
A defesa do procurador da República foi feita hoje, dia 1º, durante o evento “Estadão Discute Corrupção”, realizado na sede do jornal O Estado de S.Paulo em parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) para discutir as operações Lava Jato e Mãos Limpas. O ministro Sergio Moro também participa do evento.
Dallagnol defendeu o pacote de Moro enquanto discorria sobre efeitos da Lava Jato no combate à corrupção e os desafios para que continue exercendo esse papel. “Se queremos continuar avançando, precisamos de reformas, como o pacote anticrime”, disse. “É possível, sim, o triunfo do retrocesso, a corrupção sempre contra-ataca”, alertou.
Na avaliação do procurador, é possível observar dificuldades e desafios para a Lava Jato, mas ele considera que é preciso reconhecer avanços. “O mais importante dos avanços foi o diagnóstico da grande corrupção brasileira”, afirmou.
Dallagnol disse ainda que, sem renovação da política e das práticas políticas, “os sucessos da Lava Jato tendem ao fracasso”. Afirmou também que o Poder Judiciário não se sobrepõe ao sistema político. Além disso, declarou que execução provisória da pena é necessária para que delação não fique só no papel.
De qualquer forma, Dallagnol destacou o resultado das urnas em 2018 e disse que a renovação política não ficou só no desejo, mas foi para a prática, contrariando as previsões de analistas políticos.