Profissionais da Saúde discutem estratégias sobre Hepatite C
Talk Hepatite C, evento realizado no Salão Burle Marx, contou com a participação de funcionários de diversos níveis de atenção da rede e representantes da sociedade civil
- Data: 28/07/2018 10:07
- Alterado: 28/07/2018 10:07
- Autor: Bianca Fontes
- Fonte: Secom - PSA
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A Prefeitura de Santo André, por meio do Núcleo de Prevenção IST/Aids da Secretaria de Saúde, promoveu na tarde desta sexta-feira (27), o evento Talk Hepatite C, onde funcionários dos diversos níveis de atenção da rede, bem como, representantes da sociedade civil, se reuniram para discutir e definir estratégias em relação a doença que é tema da campanha Julho Amarelo.
“A Hepatite C é uma infecção que acomete a população de mais idade, que muitas vezes acaba não sendo atingida pelas campanhas de estímulo ao diagnóstico, por isso estamos conversando hoje aqui, porque precisamos repensar processos de trabalho a fim de chegar até essas pessoas. Existe até um paradoxo, porque a população mais idosa normalmente é que mais frequenta as unidades, e a gente acaba não tendo o olhar de organizar o processo de trabalho para que essa população, que já está lá, facilmente identificável, aceite fazer o teste”, explica o infectologista e responsável técnico pelo Ambulatório de Referência em Moléstias Infecciosas (ARMI), Humberto Barjud Onias.
Diferente do HIV e da Sífilis, a Hepatite C pode ser transmitida sexualmente, porém as principais formas de contágio são: transfusão de sangue e procedimentos cirúrgicos e odontológicos com material não esterilizado devidamente, apresentando risco inclusive, o material utilizado por manicures e pedicures. O perigo comum entre essas situações é o contato com sangue infectado.
“A pessoa pode manifestar pouco tempo depois do contato com o vírus a hepatite na fase aguda, com aquele quadro de olhos amarelados, fezes claras, urina escura, mal-estar e náusea, mas muitos pacientes não desenvolvem esse quadro agudo. De 100 pessoas que se infectam com a Hepatite C, 85% a 90% vão se tornar portadoras crônicas do vírus, não conseguindo eliminá-lo nessa fase aguda, então vão continuar sendo transmissoras dele e sendo pessoas sujeitas às manifestações tardias da doença, que pode evoluir para cirrose, um mal funcionamento grave do fígado, e até para um câncer do órgão”, complementa o médico.
TEM CURA
Entre 2013 e 2018, foram diagnosticados pela rede andreense, 786 novos casos da doença. Apesar do número expressivo, o atual índice de cura da doença, registrado pelo Ambulatório de Referência em Moléstias Infecciosas do município, é de 97%.
Em Santo André, é possível procurar qualquer unidade básica de saúde para realização do teste rápido que fará a verificação se o paciente em questão teve contato com o vírus em algum momento da vida. Caso o exame aponte “reagente”, esse paciente será encaminhado ao ARMI, na Vila Guiomar, onde um exame complementar vai confirmar se ele ainda é ou não portador do vírus da Hepatite C. Caso seja confirmado, o tratamento para doença é simples e rápido, tendo duração de 8 a 24 semanas.