Famílias querem estar próximas da escola, revela pesquisa
Pesquisa feita pela consultoria em educação Escolas Exponenciais mostra que 41% dos pais apontam o relacionamento próximo e participativo com a escola como decisivo na hora da matrícula
- Data: 11/04/2019 13:04
- Alterado: 11/04/2019 13:04
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
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Em segundo lugar está o ensino de valores morais e éticos (36%).
Critérios como a qualidade do projeto pedagógico, investimento na qualificação de professores e no material didático, por outro lado, não aparecem entre os mais importantes.
Ensinar a teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin, é tarefa para um professor com diploma em Biologia, mas o gerente de negócios Bruno Antônio sempre se dispõe a ajudar o filho Caio de 12 anos, com a lição de casa. Quando tem alguma dúvida, Antônio logo entra em contato com a professora, por meio de um aplicativo, para saber qual é exatamente o tema da aula.
“A interação (com professores e coordenadores) é quase diária”, conta Antônio. “Conseguimos falar com eles a qualquer momento do dia, sobre qualquer assunto relacionado à escola.”
Quando perguntados sobre os motivos que os levaram a tirar o filho de uma escola, aparecem localização (20%) e falta de investimento em melhorias e inovação (18%).
“Quando começamos a pesquisar, as escolas diziam que os pais não estavam interessados, que não queriam acompanhar nem participar. Mas não foi isso o que encontramos”, diz o idealizador da pesquisa, Vahir Sherafat. O levantamento foi feito pela consultoria por meio de formulário respondido por 150 mil pais que têm filhos em 350 escolas privadas.
Autonomia
Especialistas dizem que a participação dos pais é importante, mas colocam restrições às ferramentas tecnológicas cada vez mais usadas por famílias e escolas. É fundamental, dizem, que os pais estejam presentes no ambiente escolar, em atividades e interação com os professores. E lembram que a escola deve servir para a formação da autonomia da criança e que as interferências muitas vezes podem atrapalhar o processo.
“Esses recursos tecnológicos não são ruins para os pais ficarem sabendo de detalhes da vida cotidiana da escola. Eles podem sim agregar. Mas o que não pode acontecer é eles serem o único meio” afirma a professora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Dirce Zan.