Jornal relata que funcionários da Vale e inspetores sabiam do perigo de barragem

O site do Wall Street Journal publicou artigo que relata que funcionários da Vale e auditores "sabiam por meses das condições perigosas" da barragem de Brumadinho

  • Data: 25/02/2019 10:02
  • Alterado: 25/02/2019 10:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo
Jornal relata que funcionários da Vale e inspetores sabiam do perigo de barragem

Crédito:Reprodução

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O rompimento da mina do Córrego do Feijão em Brumadinho (MG), rompeu no dia 25 de janeiro. Até o momento, o desastre deixou 177 mortos e 133 desaparecidos.

Segundo a reportagem, os auditores de empresa contratada pela companhia que certificaram a barragem como segura expressaram “preocupação sobre perda de contratos com a Vale”, de acordo com a polícia, procuradores estaduais, documentos em poder da Justiça, mandados de prisão e relatos de pessoas familiarizadas com o assunto. O artigo é assinado por Patricia Kowsmann, Samantha Pearson, Scott Patterson e Luciana Magalhães.

O Wall Street Journal destaca que promotores que investigam a causa do colapso da barragem em Brumadinho – que completa um mês nesta segunda-feira, 25 – têm um foco especial sobre o “relacionamento próximo” entre a Vale e a TÜV SÜD, empresa alemã de certificações contratada para conduzir auditorias sobre a segurança da estrutura. “As regras de segurança em minas no Brasil são especialmente frouxas”, ressalta o jornal americano.

Segundo o artigo, “funcionários da TÜV SÜD expressaram preocupações sobre a segurança da barragem em e-mails e relatórios para a Vale. Auditores, no entanto, continuaram a assinar as auditorias de segurança”.

O jornal também informou que, durante auditorias realizadas entre junho e setembro, Makoto Namba, engenheiro da TÜV SÜD, e outros inspetores encontraram evidências indicando condições “potencialmente arriscadas” na barragem. “Tudo sugere que (a barragem) não irá passar”, escreveu Namba em maio de 2018, referindo-se a um teste de segurança. O relato está em um e-mail citado por um juiz que autorizou ordens de prisão relativas ao caso.

“O senhor Namba, 62 anos de idade, mais tarde disse à polícia que sentiu-se pressionado por uma executivo da Vale para assinar um certificado de segurança”, relata o Wall Street Journal. “Sem a sua assinatura, a Vale teria que parar as operações da mina.”

A reportagem ressalta que Namba e outros inspetores tinham preocupações de que a Vale poderia suspender o contrato com a firma alemã de certificações se não atestasse a favor das condições da barragem, de acordo com testemunho à polícia e e-mails citados por promotores. “A TÜV SÜD irá assinar a declaração de segurança ou não?”, questionou Alexandre Campanha, executivo da Vale, em reunião, segundo relato de Namba à polícia. No dia 26 de setembro, o engenheiro assinou o certificado.

O artigo destaca que a polícia fez buscas e apreensão em escritórios da Vale e da TÜV SÜD e prendeu 13 funcionários das duas companhias, entre eles Namba e Campanha. Oito empregados da mineradora continuam detidos por suspeita de participação em assassinatos.

Um porta-voz da Vale destacou ao Wall Street Journal que a companhia acredita na conduta de seus prestadores de serviços contratados e nos seus funcionários. “A Vale é comprometida com a segurança de suas estruturas e tem um sistema estruturado para administrar as barragens que incluem diversas ações técnicas e de governança.” (Ricardo Leopoldo, correspondente)

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  • Data: 25/02/2019 10:02
  • Alterado:25/02/2019 10:02
  • Autor: Redação ABCdoABC
  • Fonte: Estadão Conteúdo









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