Colunista do ‘Washington Post’ diz que Araújo tem discurso vitimista e incoerente
O ministro das Relações Exteriores discursou nesta quarta-feira, 11, na Heritage Foundation - um dos principais "think tanks" conservadores dos Estados Unidos
- Data: 12/09/2019 10:09
- Alterado: 12/09/2019 10:09
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo
Crédito:Divulgação
O ministro das Relações Exteriores discursou nesta quarta-feira, 11, na Heritage Foundation – um dos principais “think tanks” conservadores dos Estados Unidos
Depois de ouvir o discurso do chanceler – o qual, segundo Tharoor, “acredita que a mudança climática é uma conspiração marxista”, o jornalista disse em sua conta no Twitter que aquilo se tratava de uma “lengalenga sem fim de vitimização de alguém que está no poder”.
“Araújo diz que (o presidente Jair) Bolsonaro está criando ‘um amálgama liberal-conservador’ com base em ‘nação, família, laços tradicionais’ e oposta ao ‘globalismo'”, afirmou Tharoor. “Isso é incrivelmente ideológico para um chanceler no exterior.”
O colunista ressaltou que nunca havia ouvido Araújo antes e que ficou impressionado em ver o quão as observações dele são incoerentes. “Agora ele está falando algo sobre o socialismo do século 21 ser (Antonio) Gramsci conhecer os cartéis de drogas. E agora está citando (Herbert) Marcuse e todos os membros da Escola de Frankfurt”, afirmou Tharoor. “Isso é incrível. Não sabemos se ele alguma vez leu sobre teorias críticas neomarxistas além do que está escrito na Wikipedia”, acrescentou.
“Além de se irritar com os esquerdistas universitários, a direita americana jamais se importaria com essas pessoas ou envolveria suas ideias (ainda que absurdamente) em um discurso de política externa. Araújo mostrou uma distinção entre o leninismo e o stalinismo, como se alguém na Heritage se importasse.”
Tharoor termina citando uma entrevista que fez com o vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, em abril deste ano e ressaltando que o general “parecia muito irritado com Araújo”.
Reações e críticas
Pouco depois de publicar as críticas a Araújo, o jornalista disse que foi muito criticado nas redes sociais. “As menções a mim estão cheias da palavra ‘vergonha’ (…), o que parece predominante no Twitter brasileiro na era de Bolsonaro, enquanto ‘resistir’ estava no Twitter americano no primeiro ano (de governo de Donald) Trump”, afirmou.