Itaú Cultural Play exibe recorte da programação do forumdoc.bh

Plataforma de streaming gratuita ainda reforça sua grade com produções do cinema negro brasileiro e com filmes de cineastas mulheres

  • Data: 15/11/2022 15:11
  • Alterado: 15/08/2023 19:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural
Itaú Cultural Play exibe recorte da programação do forumdoc.bh

Itaú Cultural Play exibe recorte da programação do forumdoc.bh

Crédito:Divulgação

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Seguindo com sua parceria com o forumdoc.bh, a Itaú Cultural Play disponibiliza, até 22 de novembro, terça-feira, um recorte de sua programação oficial. Um dos principais festivais do filme documentário e etnográfico do país, chegou à 26ª edição e a curadoria de Junia Torres, selecionou para a plataforma cinco produções de realizadores indígenas das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Sul do país.  

Destaque para Adeus, Capitão, disponível excepcionalmente por 48 horas na plataforma – das 20h do dia 19 às 20h de 21 de novembro. Trata-se de um documentário do Pará que mostra uma narrativa do capitão Krohokrenhum, líder do povo indígena Gavião, para suas netas. Das guerras de índio bravo ao contato com o homem branco, ele conduz para as novas gerações um movimento de reconstrução da memória de seu povo. Produção de 2022, o filme tem direção do documentarista Vincent Carelli, criador do premiado Vídeo nas Aldeias projeto que, desde 1989, visa formar diretores indígenas bem como utilizar recursos audiovisuais para fortificar a identidade dos povos originários e sua cultura. Entre outros, Carelli também dirigiu Martírio, em 2016. Com colaboração de Ernesto de Carvalho e Tatiana Soares de Almeida, é um filme de importância histórico-documental sobre a resistência guarani Kaiowá, Perseguidos, assassinados à queima roupa por pistoleiros, em suas próprias terras no Mato Grosso,  

Em Fôlego Vivo, curta-metragem dirigido pela Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari, em 2021, os representantes da comunidade do povo Kariri, situada na Chapada do Araripe, zona rural do Grato, no Ceará, falam sobre a dimensão simbólica das águas e sua ligação com o mito de recriação do mundo.  

Também do ano passado, Abdzé Wede’õ – O Vírus Tem Cura tem na direção Divino Tserewahú. Ele narra em primeira pessoa o impacto do coronavírus em uma das populações indígenas atingidas pela doença no país. O filme mostra a luta de sua aldeia, Sangradouro, ao leste de Mato Grosso, para sobreviver à trágica epidemia. Com material de arquivo e imagens captadas durante a pandemia, o diretor documenta os rituais de reverência aos mortos e o luto pela partida de anciãos e líderes da aldeia nesse período e contrapõe a atual realidade a um rico imaginário de beleza, saberes e força espiritual que caracteriza a cultura deste povo. 

No documentário Território Pequi, dirigido por Takumã Kuikuro, em 2021, no Mato Grosso, o uso culinário e ritualístico do pequi se confunde com a história dos povos indígenas do Alto Xingu. O fruto é revelado como símbolo de um vasto patrimônio cultural, imprescindível para se compreender os sistemas agrícolas amazônicos. 

Para concluir a programação do forumdoc.bhNhe‘en-mongarai – Batismo da alma, de 2021, mostra uma longa jornada que começa no estado do Paraná, onde o cineasta Alberto Alvares filma o cotidiano de distintas aldeias. O foco, em especial, são os preparativos para a cerimônia do nhe‘en-mongarai, por meio da qual as crianças do povo Guarani Mbya recebem seus nomes. 

Guto Lacaz 

Com direção de Marcelo Machado, cineasta premiado em Tropicália (2012), o filme Guto Lacaz: Um Olhar Iluminado, de 2022,  passa a integrar a prateleira do streaming dedicada à Coleção Itaú Cultural, a qual reúne títulos produzidos e apoiados pela instituição, dessa vez em parceria do ProAC. O documentário investiga o processo criativo do multiartista, por meio de conversas gravadas entre 2020 e 2021, que jogam luz em sua trajetória de mais de 40 anos. Ele entra em cartaz no dia 18 e permanece por 18 meses. 

O filme parte do registro de conversas entre o artista e os designers e arquitetos Kiko Farkas e Rico Lins, idealizadores da produção, em passeios por sua casa e seu ateliê. Ao longo de bate-papos informais, eles vão construindo um retrato profundo e despretensioso de um dos maiores designers e artistas multimídia brasileiros, conhecido por obras desconcertantes e bem-humoradas e por misturar linguagens que vão do design industrial à cultura pop.  

Mostra Paula Gomes 

Diretora, roteirista e atriz baiana, Paula Gomes ganha uma mostra na Itaú Cultural Play, também a partir do dia 18 de novembro e permanece em cartaz por 18 meses. Ela traz dois de seus principais filmes: o primeiro longa-metragem Jonas e o Circo Sem Lona, de 2016, e o curta-metragem Balú, de 2012. A cineasta estudou documentários na Argentina e hoje faz parte do Plano 3 Filmes, coletivo de realizadores que se dedica à produção de cinema na América Latina, onde dirigiu curtas e séries de TV. 

Com uma longa carreira em festivais, dentre eles Toulouse, Amsterdã, Festival do Rio e Panorama de Cinema, Jonas e o Circo Sem Lona acompanha a persistência do personagem que dá nome ao filme, em continuar seguindo o sonho de trabalhar no circo, treinando os amigos e criando espetáculos para os vizinhos na Região Metropolitana de Salvador. A obra também retrata os desafios da educação pública no Brasil: enquanto a mãe do menino vê os estudos como a grande oportunidade, o filho se sente desestimulado por uma escola que não atende ou incentiva seus principais interesses.

Em Balú um menino procura seu grande amigo, Balú, um cachorro de rua. Angustiado, o garoto quer reencontrar o cãozinho e não medirá forças para achá-lo. Enquanto anda pelas ruas de seu bairro, atrás dele, encontra um mundo desconhecido e situações inesperadas. Premiado no Festival de Cinema Baiano – FECIBA, o curta se inspira na obra do mestre iraniano Abbas Kiarostami, colocando a criança como foco da história. As experiências e percepções do menino sobre o mundo que o rodeia pautam este pequeno conto sobre amadurecimento e identidade. 

Mulheres atrás das câmeras 

Para intensificar a variedade de filmes dirigidos por mulheres, a plataforma inclui em sua coleção permanente do catálogo,  partir de 18 de novembro, o longa-metragem Terras (2009), de Maya Da-Rin. Premiado e exibido em festivais brasileiros e internacionais, o filme segue o fluxo de idas e vindas típico da fronteira. Ele é incorporado, também, como uma forma de contar histórias. Evitando o mero registro jornalístico, a diretora investiga os reflexos deste lugar de passagem na vida e na personalidade de seus habitantes. 

O filme se debruça sobre as cidades de Tabatinga, no Brasil, e Leticia, na Colômbia, que fazem fronteira entre os dois países e o Peru e se dividem entre o mundo urbano e a floresta amazônica, sendo palco de intenso trânsito que faz desaparecer as marcas territoriais. O filme mergulha neste mundo particular, retratando o encontro entre pessoas, idiomas e diferentes culturas. 

Cinema negro brasileiro 

É também a partir do dia 18, que a cineasta gaúcha Camila Moraes, segunda mulher negra a realizar um longa-metragem no Brasil – a primeira foi Adélia Sampaio, com a ficção Amor Maldito, de 1984 –, passa a ter o seu filme O caso do homem errado, de 2017, disponível na prateleira Cinema Negro da plataforma. Trata-se de um documentário que narra o caso do operário negro Júlio César confundido com um assaltante e executado pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em 14 de maio de 1987. A história do jovem é contada por meio de depoimentos como o de Ronaldo Bernardi, fotógrafo e autor das imagens que tornaram o caso conhecido, o da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados na luta pelos direitos humanos e no movimento negro no Brasil. 

Chico Rei entre nós, de 2020, tem direção de Joyce Prado. Baseado na história do lendário rei congolês que dá nome ao filme, tirado à força de sua terra natal no final do século XVIII e escravizado no Brasil. A produção venceu o prêmio de melhor documentário brasileiro na 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Pouco documentada, a jornada dele é comparável à de personagens como Zumbi dos Palmares e Xica da Silva, em uma reflexão sobre as desigualdades sociais e raciais no Brasil.   

TVE Bahia 

Como parte das comemorações do centenário do sambista baiano Riachão, a partir de 18 de novembro, a Itaú Cultural Play exibe o documentário Riachão – O retrato fiel da Bahia (2021), transmitido também pela TVE Bahia.  

Dirigido por Carolina Canguçu, com produção de Larissa Leão e roteiro de Silvana Moura, o filme reúne grande parte do acervo da emissora sobre o artista, entrevistas com personalidades, pesquisadores, amigos e familiares que conviveram com ele, além de encontros musicais entre sambistas baianos que cantam e tocam Riachão. 

SERVIÇO:  

Itaú Cultural Play
Em www.itauculturalplay.com.br  

DISPONÍVEIS ATÉ 22 DE NOVEMBRO: 

26º FORUMDOC.BH  

Adeus, Capitão (2022) 

Filme disponível excepcionalmente por 48h, das 20h do dia 19 às 20h do dia 21 de novembro. 

De Vincent Carelli e Tita 

Duração: 178 minutos 

Classificação indicativa: 12 anos (Linguagem imprópria, violência e drogas lícitas) 

Abdzé Wede’õ – O Vírus Tem Cura (2021) 

De Divino Tserewahú 

Duração: 55 min 

Classificação indicativa: 12 anos (nudez, medo e violência) 

Território Pequi (2021) 

De Takumã Kuikuro 

Duração: 22 minutos 

Classificação indicativa: 10 anos (violência e nudez) 

Nhe‘en-mongarai – Batismo da alma (2021) 

De Alberto Alvares 

Duração: 15 minutos 

Classificação indicativa: Livre 

Fôlego Vivo (2021) 

De Associação dos Índios Cariris do Poço Dantas-Umari 

Duração: 25 minutos 

Classificação indicativa: 10 anos (medo) 

DISPONÍVEIS A PARTIR DE 18 DE NOVEMBRO: 

COLEÇÃO ITAÚ CULTURAL

Guto Lacaz: Um Olhar Iluminado (2022)
De Marcelo Machado
Duração: 46 minutos
Classificação indicativa: 10 anos (droga lícita e linguagem imprópria) 

MOSTRA PAULA GOMES

Jonas e o circo sem lona (2016)
De Paula Gomes
Duração: 82 minutos
Classificação indicativa: Livre 

Balu (2012)
De Paula Gomes
Duração: 15 minutos
Classificação indicativa: Livre 

CINEMA NEGRO BRASILEIRO

Chico Rei entre nós (2020)

De Joyce Prado
Duração: 94 minutos
Classificação indicativa: 12 anos (Linguagem imprópria, drogas lícitas)

O caso do homem errado (2017)
De Camila de Moraes
Duração: 70 minutos
Classificação indicativa: 10 anos (linguagem imprópria)

TVE BAHIA

Riachão, o Retrato Fiel da Bahia (2021)

De Carolina Canguçu
Duração: 58 minutos
Classificação indicativa: Livre 

MULHERES ATRÁS DAS CÂMERAS

Terras (2009)

De Maya Da-Rin
Duração: 75 minutos
Classificação indicativa: 10 anos (drogas e nudez) 

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  • Data: 15/11/2022 03:11
  • Alterado:15/08/2023 19:08
  • Autor: Redação
  • Fonte: Itaú Cultural









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