Morre Gal Costa, uma das maiores vozes da MPB, aos 77 anos
Cantora já tinha na agenda marcada para a turnê As Várias Pontas de Uma Estrela, que deveria ocorrer em dezembro e janeiro de 2023
- Data: 09/11/2022 11:11
- Alterado: 22/08/2023 20:08
- Autor: Redação ABCdoABC
- Fonte: Estadão Conteúdo/Agência Brasil
Crédito:Reprodução
Morreu nesta quarta, 9, a cantora baiana Gal Costa, aos 77 anos. Ainda não há divulgação da causa da morte. A informação foi confirmada pela GloboNews.
Segundo sua assessoria de imprensa, Gal Costa estava em recuperação de uma cirurgia de retirada de um nódulo na fossa nasal direita e teria que ficar longe dos palcos até o final deste mês. A operação aconteceu em setembro, após Gal se apresentar no Festival Coala, em São Paulo. A cantora já tinha na agenda marcada para a turnê As Várias Pontas de Uma Estrela, que deveria ocorrer em dezembro e janeiro de 2023.
Gal Costa nasceu em Salvador em 1945, batizada de Maria das Graças Penna Burgos, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, que conta de forma detalhada sua trajetória premiada na música nacional.
Fã de bossa nova desde a adolescência, Gal fez seu primeiro show em 1964, na inauguração do Teatro Vila Velha, na capital baiana, já ao lado de nomes que lhe fariam companhia ao longo da carreira, como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Tom Zé.
Foi nesses frutíferos anos 1960 que ela conheceu João Gilberto, que a classificou como a “maior voz do Brasil”. Nessa fase passou a ter contato com seus grandes parceiros de arte de vida, Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil.
Seu primeiro LP, Domingo, foi gravado em 1967, ao lado de Caetano Veloso e com produção de Dori Caymmi. Quando seu primeiro álbum individual foi lançado, em 1969, Gal já havia gravado sucessos icônicos de sua carreira, como Divino Maravilhoso, apresentado no IV Festival de Música Popular Brasileira, e Baby, que fez parte do LP Tropicália.
Com uma carreira de interpretações inesquecíveis, a cantora também marcou época quando, em 1975, gravou Modinha para Gabriela, para ser o tema da novela Gabriela, da TV Globo. No ano seguinte, Gal se uniu a Maria Bethânia, Gilberto Gil e Caetano Veloso para formar Os Doces Bárbaros, grupo que reuniu multidões em seus shows.
Ao longo dos mais de 50 anos de carreira, Gal Costa marcou com sua voz composições de grandes nomes da música brasileira, como Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, Festa do Interior, de Abel Silva e Moraes Moreira, Sonho meu, de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho, Pérola Negra, de Luís Melodia, e Chuva de Prata, de Ed Wilson e Ronaldo Basto.
LUTO
O governador da Bahia, Rui Costa, se manifestou lamentando profundamente a morte da cantora e decretou luto oficial de três dias no estado. “Com sua partida, perdemos uma das mais potentes vozes da nossa música, eternizada em interpretações que cantam a Bahia e o Brasil para todo o mundo”, disse.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis, também postou nas redes sociais, pedindo que “Deus conforte seus familiares e fãs nesse momento de profunda dor”. “Perdemos uma das vozes mais lindas e representativas da música brasileira. Gal Costa é trilha sonora de vários momentos da vida de milhares de brasileiros. Seu jeito único de interpretar as canções está para sempre eternizado em nossos corações”.
REPERCUSSÃO
Nas redes sociais, o cantor Gilberto Gil disse estar “muito triste e impactado” com a morte de Gal Costa. Zélia Duncan também lamentou a morte da cantora. “Que vazio. Sem Gal Costa, que tristeza sem fim.”
RÁDIO NACIONAL
O acervo da Rádio Nacional do Rio disponibiliza uma entrevista de Gal Costa ao programa Música Brasileira Especial. Na ocasião, a artista falou sobre o show que foi um marco em sua carreira, o Gal Tropical. A entrevista foi ao ar no dia 15 de setembro de 1979.