Diego estreia nos Jogos do Interior

Quinze dias após chegar da Copa do Mundo de Ginástica, em Medellín, na Colômbia, com dois ouros na bagagem, Diego Hypolito foi a maior atração no ginásio da Vila Industrial, palco da competição de Ginástica Artística dos 78º Jogos Abertos Horácio Baby Barioni.

No dia exato em que completava 9 anos de sua primeira medalha mundial e aos 28 anos, o atleta mais experiente da Seleção Brasileira de Ginástica Olímpica faz nesta quinta-feira, 27/11, sua primeira participação nos Jogos, defendendo São Bernardo do Campo, a cidade que o recebeu no início de 2014.

Diego Hipólito contou um pouco sobre este novo momento em sua carreira e o seu novo momento em São Bernardo do Campo. “Esses jogos são importantes para São Bernardo, então são importantes pra mim, pois a cidade me contratou em um momento no qual eu não estava bem e isso significa muito. Aqui, temos times grandes, pequenos, dá pra ter bastante contato com a galera mais nova e motivar as crianças, mostrando que temos as mesmas dificuldades, a mesma carga horária de treino e somos todos iguais. Campeões nós fazemos no esporte, não precisa ganhar medalha. Alguns atletas anônimos inclusive se esforçam até mais para obter os resultados”, garante ele, durante a seção de fisioterapia.

Trabalho é o que não falta na vida desse atleta. “A minha motivação vem de tanta coisa. A ginástica mudou a minha vida, me proporcionou conhecer o mundo, dar uma condição melhor para minha família, aprendi a perder, a ganhar. Foi tanto benefício que estou sempre motivado para continuar treinando. Sempre digo para os mais novos nunca desistirem nas primeiras quedas, irem em frente, pois com dedicação e treino, a sorte muda”, diz.

Ele que o diga. Depois de cair duas vezes nas Olimpíadas de Pequim, em 2008 e em Londres, no ano de 2012, a primeira vez sentado e a segunda de rosto, passar por uma lesão e pela depressão, o bronze no mundial e os dois ouros na Copa do Mundo mostram a volta por cima do atleta e coroam a ótima fase de Diego, que está preparado para os Jogos Pan-Americanos de 2015 e diz que o foco é o mundial de Ginástica Artística, no fim do próximo ano. “A classificação para as Olimpíadas acontece nesse mundial pré-olímpico. Cada atleta se apresenta uma vez. Só temos uma chance”, explica ele, com a seriedade de um atleta histórico para a ginástica olímpica brasileira.

O ginasta compete hoje a partir das 14h00 no Centro de Ginástica Artística Guilherme D. Coletto, à Rua Bernardino Pereira, Q3, Vila Industrial.

PALAVRA DE TÉCNICO
Frederico Hailer, que foi supervisor técnico da seleção brasileira no dia do primeiro bronze histórico, sendo o primeiro a cumprimentar Hypolito quando ele desceu do pódio, é o coordenador da ginástica olímpica destes Jogos Abertos. Ao reencontrar o atleta nessa data especial, comentou. “Ele perdeu a medalha mais ganha da vida dele em Pequim. Todo mundo dizia que o ouro era do brasileiro, os outros estavam disputando a prata, e ele caiu. Falei pra ele que, agora, ele precisa ganhar no Rio, em 2016, para compensar”, disse ele.