2024 é o ano mais quente já visto, segundo o observatório europeu
Novembro de 2024 bate recorde histórico como mês mais quente, agravando seca no Brasil
- Data: 09/12/2024 08:12
- Alterado: 09/12/2024 08:12
- Autor: Redação
- Fonte: G1
De acordo com dados recentes do Observatório Europeu Copernicus, o mês de novembro de 2024 destacou-se como o mais quente já registrado na história terrestre, superando as temperaturas recordes observadas ao longo de 2023. As projeções indicam que 2024 deverá consolidar-se como o ano mais quente desde o início das medições sistemáticas.
O relatório divulgado na última segunda-feira (9) pelo Copernicus revela que, em 16 dos últimos 17 meses, a temperatura média global da superfície terrestre ultrapassou a marca de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, um limite crítico estabelecido por especialistas para evitar impactos climáticos catastróficos.
Embora o mês de dezembro ainda não tenha sido concluído, analistas do centro afirmam que é improvável que os padrões climáticos se alterem significativamente antes do fim do ano. Assim, tudo indica que 2024 estabelecerá um novo marco histórico de aquecimento global, desde o período pré-industrial compreendido entre 1850 e 1900.
É importante ressaltar que, apesar desse recorde de temperatura ter sido alcançado, ele ainda não se configura como uma tendência permanente. Para tal classificação, seria necessário que esses níveis fossem mantidos consistentemente ao longo de vários anos consecutivos.
No contexto brasileiro, a elevação das temperaturas intensificou a seca mais severa já registrada na história recente do país, particularmente afetando a região Norte. A previsão inicial era de alívio com a chegada das chuvas em outubro; no entanto, estas foram insuficientes ou atrasaram em diversas áreas, perpetuando as condições áridas.
Este cenário crítico está exacerbando problemas ambientais como queimadas ilegais associadas ao desmatamento. Em Santarém, no estado do Pará, por exemplo, a vegetação seca contribui para a propagação descontrolada do fogo. Em novembro, cerca de 400 municípios enfrentavam condições de seca extrema e severa; estimativas apontam que este número pode aumentar para 1.600 cidades afetadas até o final do mês, abrangendo regiões desde o Norte até o Sul do Brasil.
Além disso, o aumento da temperatura potencializa eventos climáticos extremos. No Rio Grande do Sul, por exemplo, chuvas intensas foram intensificadas pelo aquecimento global, devido ao maior volume de vapor d’água presente na atmosfera.
As conclusões do relatório sublinham a urgência em mitigar os efeitos das mudanças climáticas e adotarem-se medidas globais coordenadas para enfrentar este desafio crescente.